Expulsão de embaixadores? Portugal deve pensar por si, defende o PCP

"É responsabilidade do Governo português garantir que o país não se associa a qualquer escalada de tensão e confronto de âmbito internacional", avisam os comunistas. Sem provas e factos concretos, todas as declarações e decisões só alimentam o confronto, acrescentam.

Os comunistas consideram que o Governo português deve esperar por "provas e factos concretos" sobre o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da filha e só depois decidir o que fazer em relação aos diplomatas russos acreditados em Portugal, em vez de ir atrás das decisões de outros países.

Na quarta-feira, o PSD defendeu no Parlamento que Portugal deveria seguir o exemplo das cerca de duas dezenas de países que já decidiram dar ordem de expulsão aos diplomatas russos. Já o Governo português disse que vai esperar duas semanas e meia (até dia 16 de Abril) para ver provas do envolvimento russo no caso.

Em comunicado, o PCP defende que "o que se impõe neste momento é o cabal esclarecimento do incidente ocorrido em Salisbury, incluindo dos seus responsáveis, no quadro e respeito das normas do direito internacional, e não declarações e decisões que, não assentes em provas e factos concretos, visam apenas alimentar uma lógica de confrontação internacional de consequências imprevisíveis".

Os comunistas acrescentam que a política externa portuguesa "deve ser soberana e autónoma e não determinada ou condicionada por quaisquer outros desígnios que não os interesses do país e do povo português". E colocam o ónus no Governo, cuja responsabilidade é "garantir que o país não se associa a qualquer escalada de tensão e confronto de âmbito internacional".

Porque, descrevem, tanto a expulsão de diplomatas russos por alguns países europeus e pela NATO como a imposição de "sanções, bloqueios económicos e guerra comercial" e o patrocínio de alguns ataques em situações de conflito como no Médio Oriente, representam uma escalada de tensão que é uma "séria ameaça à paz e à segurança mundiais". 

Sugerir correcção
Ler 3 comentários