Festival de documentários científicos regressa a Lisboa

Começa esta quinta-feira a segunda edição do Festival Europeu de Documentário Científico de Lisboa. Ao longo de três dias serão exibidos 41 filmes sobre ciência – todos com entrada gratuita.

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Migrating Birds: Scouts of Distant Worlds DR
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Migrating Birds: Scouts of Distant Worlds DR
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Attenborough and the Giant Dinosaur DR
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Attenborough and the Giant Dinosaur,Attenborough and the Giant Dinosaur DR,DR
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Hormones and Huffs – The Science of Puberty DR
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Jupiter and Its Icy Moons DR
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Proxima – The Mission So Far DR

A festa que celebra o documentário científico volta a Lisboa de quinta-feira a domingo. Nesses dias, poderão ver-se 41 filmes sobre ciência com exibição gratuita na Cinemateca Júnior, no Palácio Foz, em Lisboa. Um filme de David Attenborough abrirá o Festival Europeu de Documentário Científico de Lisboa na quinta-feira e uma palestra de Samantha Bradshaw, investigadora em propaganda computacional da Universidade de Oxford (Reino Unido), encerrará o evento no domingo no Museu da Farmácia.  

Esta é a segunda edição do festival que começou por ser uma iniciativa para entrega de prémios para documentários científicos para televisão. Em 2012 fixou-se em Lisboa e, em 2016, ganhou uma nova identidade: passou a ser o Sci-Doc – Festival Europeu de Documentário Científico de Lisboa e começou a partilhar os filmes em competição com todos.

“Muitas vezes, a ciência é vista como uma área distante e académica”, começa por explicar Miguel Ribeiro, coordenador do festival e da Apordoc – Associação pelo Documentário, que faz parte da organização do festival, juntamente com a EuroPAWS e a EuroScience. “Mas é uma área que trabalha um conjunto de questões do nosso quotidiano. E, muitas vezes, não está disponível ou, pelo menos, numa linguagem acessível. Aqui está numa linguagem próxima e que pode ser compreendida.” Por isso, destaca que a programação se adequa a todas as idades.

A programação divide-se em nove categorias de documentários em competição: documentários televisivos; drama/docu-drama televisivo; programas televisivos generalistas; novos media; mulheres na ciência; ambiente; investigação médica; física e engenharia. Esta última categoria é uma novidade, tal como o prémio do público. “Incluiu-se o público na escolha de um filme”, diz Miguel Ribeiro.

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What Makes You Click DR

Os documentários sobre engenharia serão assim um dos destaques deste ano, segundo o coordenador: “Queremos aproximar o público a esta área da ciência, que está muito relacionada com o dia-a-dia. Pretende-se desmitificar a ideia de complexidade que temos da engenharia.” Por exemplo, na sessão das 21h30 de sexta-feira, serão exibidos dois filmes desta categoria. Cloud Control: Who Owns Your Data? (2016) expõe o mundo em que as nossas impressões digitais são exploradas em todas as áreas da vida actual. “Estes ‘pequenos carreiros de migalhas’ que deixamos para trás na nossa existência digital são agregadas para gerar big data; uma expressão simples que está a transformar o mundo à nossa volta”, lê-se na sinopse do programa do festival.

Já o What Makes You Click (2016) é sobre os nossos hábitos de consumo estarem a passar para a Internet. “Que truques engenhosos e outras leis digitais asseguram que enchemos os nossos carrinhos de compras online até acima, ou que ficamos a navegar o máximo de tempo possível? Neste momento, está a ser conduzida a maior experimentação psicológica de sempre.”

Uma manhã no espaço

Na abertura do festival na quinta-feira às 21h30 e na categoria de documentários televisivos estará então David Attenborough com Attenborough and the Giant Dinosaur (2016). O filme conta a história da descoberta e reconstituição de uma nova espécie de titanossauro na Argentina, que é já considerado o maior animal a pisar a Terra. “Attenborough testemunha a revelação e exame destes estupendos fósseis e a construção dramática do esqueleto completo”, refere-se na sinopse. Nesta categoria, por exemplo, pode ainda ser visto às 13h30 na quinta-feira Bugs – Nature’s Little Superheroes (2016) sobre insectos e de como eles nos podem ajudar a resolver problemas na ciência.   

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Cratera no filme Destination Moon DR

O mundo fascinante do espaço também está no festival e repartido em várias categorias. Logo às 10h de sábado pode ficar-se com uma noção do passado, presente e futuro da exploração da Lua em Destination Moon (2015), ver uma animação de Júpiter e das suas luas em Jupiter and Its Icy Moons (2016) ou um relato dos primeiros quatro meses do astronauta francês Thomas Pesquet na Estação Espacial Internacional em Proxima – The Mission So Far (2017).

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O matemático Rogério Martins da série Isto é Matemática DR

Em categorias como o ambiente será exibido Migrating Birds: Scouts of Distant Worlds (2016) sobre a migração das aves e a sua investigação, às 13h20 no sábado, por exemplo. Sobre investigação médica poderá ver-se Hormones and Huffs – The Science of Puberty sobre os “milagres científicos da puberdade”, às 19h45 na sexta-feira. Entre as produções portuguesas estará um episódio da série Isto é Matemática, A Corrente que Levita! (2017), às 10h na sexta-feira. E numa categoria só sobre mulheres será exibido (entre outros) Go With the Flow of the North Atlantic Ocean (2015), onde duas oceanógrafas explicam o seu trabalho, às 12h na sexta-feira. Para aceder a toda a programação basta ir aqui.  

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Uma Verdade Inconveniente DR

Serão ainda exibidos três filmes do arquivo da Cinemateca Portuguesa, que não estarão em competição: Uma Verdade Inconveniente (2006) com Al Gore, às 14h30 na quinta-feira; O Mundo do Silêncio (1956) de Jacques Cousteau, às 14h30 na sexta-feira; e A Floresta Interdita (1958) de Nicholas Ray, às 15h no sábado.  

A entrega dos prémios é no auditório do Museu da Farmácia às 19h no domingo. E a partir das 20h, Samantha Bradshaw dará a palestra Invadir a Opinião Pública: Como a Tecnologia está a Desafiar a Sociedade e a Democracia. “É sobre como as novas relações das redes sociais têm afectado as nossas relações com a democracia. E como a democracia as tem acompanhado”, diz Miguel Ribeiro. “Esta palestra examinará o lado negro da social media e o futuro da democracia”, lê-se no programa.  

No final de domingo, espera-se que tenha aprendido (um pouco mais) como a ciência funciona. Afinal, como salienta Miguel Ribeiro, vai poder ver documentários exibidos pela primeira vez em Portugal.

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