Governo aponta o dedo à Rússia pela crise que assola o país
Ministro da Defesa sugere que foram os russos a interferir na crise financeira do país para prejudicarem as eleições em Outubro.
O Governo da Letónia está a braços com uma crise financeira e de credibilidade, depois da detenção por umas horas do governador do banco central e do resgate a um dos principais bancos do país, e acredita que esta crise tem dedo russo.
Sem nunca nomear a Rússia, o ministro da Defesa, Raimonds Bergmanis, diz que está em curso uma campanha para prejudicar a Letónia, tendo como objectivo influenciar as eleições em Outubro.
"Existe uma grande probabilidade de que exista uma grande operação de informação generalizada, organizada no exteriore que, pela sua estrutura e execução, é idêntica à que foi observada no período pré-eleitoral nos Estados Unidos", escreveu o ministro numa declaração por escrito, citado pela Bloomberg.
De acordo com a imprensa local, o Governo letão relaciona os problemas daquele país com o modus operandi da Rússia, ao recordar, por exemplo, a relação próxima entre o governador do banco central e um empresário russo - aparecem numa fotografia divulgada recentemente.
Um deputado letão considera que a ideia da Rússia é prejudicar aquele pequeno estado europeu. "Eles vêem que a situação está quente e mandam mais achas para a fogueira", disse, citado pela Bloomberg.
Governador diz que é inocente
A situação agudizou-se esta semana com as suspeitas de corrupção que recaem sobre o governador do Banco Central da Letónia, Ilmars Rimsevics. Governador desde 2001, Rimsevics tem assento no Banco Central Europeu desde que a Letónia aderiu ao euro, em 2014.
O governador foi detido na segunda-feira sob suspeitas de ter pedido um suborno de cem mil euros e acabou por sair sob fiança, mas continua oficialmente no cargo apesar da pressão do Governo para que se demita.
"Sou inocente", afirmou numa conferência de imprensa na terça-feira. Rimsevics recusou demitir-se e afirmou que está a ser vítima de uma conspiração.