Santana elogia trabalho de Centeno nas poupanças e nas cativações

O candidato à liderança do PSD afirmou, em entrevista ao DN/TSF, estar disposto a fazer pactos de regime com o actual Governo quanto às grandes obras públicas ou na reconstrução pós-incêndios.

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Pedro Santana Lopes está disponível para pactos de regime LUSA/PAULO NOVAIS

Pedro Santana Lopes elogia o trabalho conduzido pelo ministro das Finanças, sobretudo nas poupanças e nas cativações, embora critique o “excessivo sacrifício” na área da saúde. “De facto, nas poupanças e nas cativações, eu considero meritório o trabalho que tem sido conduzido por Mário Centeno”, disse o candidato à liderança do PSD numa entrevista ao DN e à TSF divulgada este domingo. Sobre a saúde, no entanto, defende que “é o bem primeiro” e que ele optaria por “poupar mais noutras despesas” para não o pôr em causa.

O elogio de Santana Lopes à política seguida nas Finanças prossegue relativamente ao “ritmo de consolidação”, que diz ser “positivo e importante”, mas critica a política fiscal de apoio ao crescimento. “Esse caminho de apoio ao investimento privado e o corte do investimento público, quando o Governo diz que os bons indicadores económicos são responsabilidade muito deste Governo e não do Governo anterior, seria mais assim se o Governo não cortasse ao nível que cortou o investimento público”, disse.

Para Santana Lopes, o grande desafio para Portugal nos próximos anos é fazer com que o crescimento deixe de ser “uma intermitência” e passa a ser uma “constância”. Para isso, insiste nas suas propostas fiscais: “Porque é que Portugal não opta por ser competitivo nestas matérias? Veja a Irlanda, veja a Holanda, já não falo do dumping fiscal que aconteceu no Luxemburgo, mas Portugal tem de aproveitar esta atractividade, o ter os olhos postos em si, para tomar medidas que chamem ainda mais. Para que tudo isto não seja um fogo-fátuo”.

“O grande desafio que temos pela frente é crescer” e além disso “sustentar o crescimento, segurá-lo, não voltar para trás”, defendeu.

Questionado sobre a possibilidade de assinar pactos de regime com o actual Governo, nomeadamente sobre as grandes obras públicas – algo que Passos Coelho tem recusado –, Santana Lopes mostrou-se disponível para o fazer, embora diga que “a segunda metade da legislatura não é boa conselheira”. É um ponto em que os dois candidatos à sucessão da actual liderança do PSD estão de acordo, e explica porquê: “Então passa pela cabeça de alguém que investimentos de centenas de milhões de euros, para não dizer mais, não sejam acordados entre partidos que podem governar? E que não se admita que, lá por entrar um partido e depois outro é tudo posto em causa e tudo muda?”

Outra das áreas em que o antigo primeiro-ministro admite que pode haver consensos de regime é na reconstrução do país após os incêndios deste ano: “Se eu for capaz e o meu partido puder assinar um pacto de regime com este Governo, não me caem os parentes na lama. Se eu considero que é bom para o interesse nacional, qual é o mal? Pelo contrário, acho que os portugueses até apreciam isso”.

Santana Lopes explicou ainda que, quando, na apresentação da sua candidatura, disse "o meu nome é Pedro Santana Lopes", não foi para dizer às pessoas como é que se chama - "tenho a ideia de que elas sabem". Foi, antes, para calar as vozes que dizem que ele é o herdeiros do passismo. "Não sou confundível com ninguém. Mesmo que respeite e admire o trabalho feito por Pedro Passos Coelho, quando dizem que herdo respondo que não herdo nada."

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