PT tem infra-estruturas “em situação crítica” em seis distritos

Há 300 quilómetros de cabo destruído e 2500 postes ardidos. No SIRESP, há 50 sites que estão em modo local, ou seja, fora da rede de emergência.

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PT tem 700 trabalhadores no terreno Daniel Rocha

A presidente da PT, Cláudia Goya, revelou esta segunda-feira que a operadora tem no terreno cerca de 700 trabalhadores a tentarem “recuperar de modo célere” as infra-estruturas afectadas em nove distritos do Norte e Centro do país, “seis do quais em situação crítica”.

Fonte da empresa confirmou ao PÚBLICO que as situações mais preocupantes vivem-se neste momento em Coimbra, Aveiro, Guarda, Castelo Branco e Leiria. Os outros distritos afectados são Braga, Viana do Castelo e Vila Real.

Num balanço feito a meio da tarde com a imprensa, a empresa do grupo Altice detalhou que estão contabilizados 300 quilómetros de cabo destruído e 2500 postes de telecomunicações ardidos.

Ao todo, cerca de 6% da rede fixa da PT ficou afectada com os incêndios que deflagraram no fim-de-semana. Foram afectados pelos fogos 150 sites – dos quais "três arderam por completo", em Santa Comba Dão e Arganil – que representam 3% do total, explicou a presidente da PT.

Quando questionada sobre falhas na rede SIRESP (de que a PT é accionista e gestora da rede), Claúdia Goya, admitiu que há “50 sites em que as telecomunicações estão a funcionar em modo local”, ou seja, estão a trabalhar fora da rede de comunicações de emergência.

Sobre a possibilidade de se encontrarem estratégias que evitem a destruição da rede em caso de incêndios, como o enterramento dos cabos, em vez da sua passagem aérea pelos postes, Cláudia Goya afirmou que há “um grupo de trabalho na empresa” a “trabalhar activamente” em alternativas.

Segundo a empresa, "há 17 unidades móveis a assegurar as comunicações" nos locais em que há problemas e "duas vão em direcção ao centro do país". Em locais como Seia, Oleiros e o Hospital da Guarda, também estão assegurados telefones por satélite.

O administrador da PT com o pelouro da área operacional, Alexandre Fonseca, destacou as condições “difíceis que se vivem a nível nacional e que afectam todos os operadores”, e não apenas a PT, e atribuiu a extensão dos danos quer “à maior capilaridade” da PT, quer “à severidade dos incêndios”.

“Independentemente disso, o que que contamos fazer, é recuperar toda a infra-estrutura o mais rápido possível, à medida que vamos tendo a autorização para intervir nos locais”, disse Cláudia Goya.

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