A tempo da época de consumo natalício, o Google divulgou, nesta quarta-feira, múltiplos novos produtos, que mostram a ambição de inserir em vários momentos do quotidiano dos utilizadores, as tecnologias de inteligência artificial em que a empresa tem investido.

Um dos lançamentos mais antecipados era a segunda geração dos telemóveis Pixel. Seguindo o que já tinha feito no ano passado (e tal como fazem outros fabricantes, entre os quais a Apple e a Samsung), o Google apresentou dois aparelhos: o Pixel 2 e o Pixel 2 XL, este com um ecrã de maior dimensão. Ambos são uma evolução face aos antecessores, sem trazerem mudanças radicais.

O Google fez questão de sublinhar que os dois telemóveis têm as mesmas funcionalidades (ao contrário do que acontece com a Apple, onde muitas das novidades são exclusivas do topo de gama) e está a tentar aliciar consumidores com o que chama “a melhor câmara em qualquer smartphone”. Os utilizadores dos Pixel podem ainda usar, sem limitações, os serviços de alojamento online do Google para guardarem fotografias tiradas com estes telemóveis. Para além disso, também terão acesso a uma nova funcionalidade chamada Google Lens que permite usar o telefone para interagir de formas diversas com a realidade em redor: por exemplo, ao apontar a câmara para um email impresso num documento, o Lens sugere opções como enviar um email, criar um novo contacto ou simplesmente copiar o texto.

Tal como o anterior, o Pixel 2 tem um ecrã de cinco polegadas, ao passo que o 2XL aumenta o tamanho do ecrã para as seis polegadas. Ambos têm 4GB de memória RAM e o comprador pode escolher entre 64GB e 128GB de armazenamento. O sistema operativo é a mais recente versão do Android, o 8.0 Oreo.

O Google não anunciou planos para vender os telemóveis, ou qualquer outro dos aparelhos mostrado, no mercado português. Alguns serão vendidos na Europa, mas a comercialização está prevista apenas para um número limitado de países, entre os quais o Reino Unido, Alemanha, Espanha e Itália.

A acompanhar os novos telemóveis chegam também os auriculares Pixel Buds, que o utilizador pode usar para activar o mais sofisticado assistente virtual do Google, chamado Assistant. Na apresentação, os Buds foram usados em conjunto com a tecnologia do Assistant para servirem de tradutor em tempo real numa conversa entre duas pessoas que estavam frente a frente. Quando um utilizador fala, o telemóvel é capaz de fazer de seguida uma tradução em voz alta. De acordo com a empresa, funciona em 40 línguas. Custam 159 dólares.

Foram também mostradas duas novas colunas inteligentes, uma das mais recentes tendências na electrónica de consumo, com as quais empresas como a Amazon e a Apple estão a competir na corrida dos assistentes pessoais virtuais, que são capazes de controlar outros aparelhos conectados em casa e de fazer múltiplas tarefas a pedido do utilizador.

Para baixar a fasquia de entrada neste género de tecnologia, o Google desenvolveu a coluna Mini, um pequeno aparelho circular que custará 49 dólares. Já a coluna Max vai custar 399 dólares, com a promessa de um som 20 vezes mais potente do que o da coluna Home, que já está no mercado.

Já o novo computador Pixelbook é um portátil leve e de dimensões reduzidas (pesa 1,1 quilos e tem pouco mais de um centímetro de espessura), cujo ecrã pode ser dobrado sobre o teclado, funcionando assim como um tablet.

Por fim, foi apresentada uma nova geração dos óculos de realidade virtual Daydream View e uma câmara chamada Clips, que pode ser controlada pelo telemóvel. Segundo a empresa, a câmara tem inteligência artificial capaz de aprender que momentos são importantes e se estiver ligada, pode captá-los em fotografia e vídeo. O Google diz que desenvolveu o aparelho a pensar, sobretudo, nos pais e nos donos de animais domésticos.