Médicos do Norte querem Agência Europeia do Medicamento no Porto

O Norte "tem as condições de Lisboa" e as principais faculdades, centros e indústrias, salienta líder do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

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Arquivo / Rui Soares

A Ordem dos Médicos do Norte defendeu neste sábado que o Porto reúne todas as condições para acolher a Agência Europeia do Medicamento, manifestando "alguma dificuldade" em compreender a defesa da candidatura de Lisboa para sede daquela estrutura. Há mais duas dezenas de interessados em receber a Agência Europeia do Medicamento, que vai abandonar o Reino Unido na sequência do "Brexit".

"Neste momento, o Norte reúne todas as condições que Lisboa tem, acrescidas do facto de as principais faculdades de Medicina estarem no Norte, bem como a principal faculdade de farmácia, as principais indústrias farmacêuticas portuguesas e os principais centros de investigação clínica", disse à Lusa o presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo.

O responsável frisou que trazer a sede daquele organismo para Portugal é o principal desígnio, mas que o Porto tem infra-estruturas, neste momento, que "chegam e sobram" para acolher a Agência Europeia. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, defende, em entrevista, a escolha de Lisboa como um “objectivo nacional”, salientando que Portugal tem de ter "uma candidatura ganhadora.

"Não vemos nenhuma justificação para que se esteja a defender, mais uma vez, a centralidade de Lisboa, até porque Lisboa já é sede de duas agências europeias", contrapõe António Araújo. Segundo o mesmo responsável, "não se justifica" defender Lisboa apenas pelas condições hoteleiras ou de espaço, porque o Porto "preenche todos esses requisitos".

Portugal é considerado um dos cinco candidatos mais fortes para receber a Agência Europeia do Medicamento.

"É um objectivo importante porque se trata de uma agência relevante (...). Atrairá para Portugal uma grande atenção, numa área que mobiliza muitos recursos no mundo. O sector farmacêutico, com medicamentos e dispositivos, é provavelmente, a par da indústria petrolífera e do armamento, do mais pujante em termos internacionais. Do ponto de vista económico, atrairíamos centenas, milhares de eventos, de reuniões, de interacções", afirmou o ministro.

Campos Fernandes frisou que a candidatura é "de Portugal", tendo a escolha de Lisboa surgido por "requisitos específicos" que tornam a candidatura mais forte. Uma das razões teve a ver com o facto de a agência portuguesa do medicamento – o Infarmed – estar sediado na capital.

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