Um retrato de Portugal na Bloomberg: dos navios às startups

Artigo problematiza efeitos do "Brexit" neste sector e em cidades como Lisboa e Londres.

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Pop Galo, de Joana Vasconcelos, foi inaugurado na Ribeira das Naus por altura da Web Summit Lisboa Enric Vives-Rubio

O artigo chama-se "Portugal que, em tempos, lançou navios, agora lança startups" e, nele, a agência Bloomberg elenca várias empresas criadas no país, tais como a Codacy, a Seedrs, a Hole19, entre outras.

No texto, são contadas histórias de portugueses que, em alguns casos, deixaram outros empregos para se aventurar num projecto novo e que escolheram Portugal, em vez do Reino Unido, por exemplo, para o fazer. Os motivos apontados passam, entre outros, por Londres ser uma cidade mais cara para abrir um negócio e porque, hoje em dia, as tecnologias permitem que as empresas operem em praticamente qualquer sítio.

O resultado desta nova realidade é que há, actualmente, um conjunto de empresas tecnológicas a nascer em cidades como Barcelona, Munique, Viena, e não só. Num estudo da Allianz Kulturstiftung, Lisboa surge mesmo em quinto lugar como a melhor comunidade de startups.

No artigo, que já foi referido pelo comissário europeu Carlos Moedas no Twitter, considera-se que a existência destas startups é “algo de novo” num país que enfrenta problemas nos sectores da economia e da banca. Mas o verdadeiro desafio, alerta no fim o artigo, pode chegar dentro de dois anos, quando esta geração de startups precisar de financiamento para crescer – nessa altura, poderão ter de recorrer a fundos que estão, por exemplo, em Silicon Valley ou em Singapura.

No texto, no qual se salienta a importância da iniciativa Web Summit que decorreu em Lisboa, problematiza-se ainda os efeitos do "Brexit", questionando se poderá acelerar o aparecimento de startups noutros locais que não Londres.

No que toca a estratégia, a agência considera que as startups portuguesas têm um dom para se expandirem internacionalmente, no início do seu crescimento. “Temos a nossa própria identidade”, diz o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos. E acrescenta: “Durante séculos fomos para fora. O empreendedor português nasce com uma mentalidade global.”

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