Trump já assinou decreto para construir muro na fronteira com o México

Presidente dos EUA diz que a construção do muro começará dentro de meses.

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Aspecto da fronteira EUA-México, no ano passado, perto de Sunland Park e Ciudad Juarez Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ

O Presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira um decreto presidencial relativo à construção de um muro na fronteira com o México, pretendendo ainda reprimir as cidades norte-americanas que protejam imigrantes ilegais através de planos que permitam controlar a imigração e aumentar a segurança nacional. 

Donald Trump assinou duas ordens executivas: uma relativa à construção do muro e a outra para retirar o dinheiro de subvenções de estados e cidades norte-americanas – as chamadas “sanctuary cities” – que têm colocado obstáculos às medidas tomadas contra a imigração ilegal. Trump disse esta quarta-feira que as duas medidas permitirão salvar “milhares de vidas, milhões de empregos e mais de mil milhões de dólares”.

O presidente republicano também deverá tomar medidas, nos próximos dias, que permitam limitar a imigração legal, incluindo decretos que reduzam a entrada de refugiados e que proíbam a emissão de vistos a pessoas de países como a Síria, Sudão, Somália, Iraque, Irão, Líbia e Iémen.

Numa entrevista à ABC News, Trump disse que a construção do muro começaria dentro de meses – sendo que o planificação começa já – e que o México devolveria aos Estados Unidos “100%” dos custos da obra. Trump afirmou que a construção deste muro também será benéfica para o México.

A 31 de Janeiro, Donald Trump vai receber o presidente do México, Enrique Peña Nieto, para debater “mudanças comerciais, a imigração e segurança”, segundo o porta-voz do presidente americano, Sean Spicer. Esta quarta-feira, numa sessão sobre as novas medidas de segurança nacional, Trump disse aguardar com expectativa o encontro com o líder mexicano, admitindo ter uma “grande admiração pelos mexicanos”.

Em Washington, Trump disse que os Estados Unidos enfrentam uma crise relativa à imigração ilegal “que afecta negativamente tanto o México como os EUA”. “As pessoas ficam surpreendidas ao ouvir que não precisamos de novas leis, que trabalharemos dentro do sistema existente”, disse o Presidente, considerando que uma das missões mais importantes do departamento de segurança nacional é o cumprimento dessas mesmas leis.

“Uma nação sem fronteiras não é uma nação”, disse Donald Trump, convicto de que “os Estados Unidos retomarão o controlo das suas fronteiras”. O líder norte-americano sublinhou a importância do México neste processo, acreditando que conseguirá “melhorar a relação entre as duas nações”. Trump disse que irá discutir com Peña Nieto assuntos como as armas ilegais e o desmantelamento de cartéis, admitindo que conseguirão aumentar a segurança e “salvar vidas dos dois lados da fronteira”.

O presidente anunciou que iria criar uma repartição para apoiar as vítimas de crimes relacionados com imigrantes ilegais, invocando o nome de alguns americanos que morreram desta forma. “Não tenho maior dever do que aquele de proteger as vidas dos cidadãos americanos”, concluiu.

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