Trump lança construção do muro com México e limita entrada de refugiados

Presidente vai suspender os programas de apoio a refugiados e a concessão de vistos a cidadãos de sete países.

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O Presidente norte-americano reúne durante a tarde desta quarta-feira com a Segurança Nacional EPA/SHAWN THEW

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que irá arrancar com uma das suas promessas eleitorais mais polémicas: a construção de um muro na fronteira com o México para travar a imigração ilegal proveniente da América Latina.

O anúncio foi feito na terça-feira à noite, na sua conta pessoal do Twitter, e foi confirmado por fontes da Casa Branca à CNN e ao New York Times. “Grande dia com planos na Segurança Interna amanhã. Entre outras coisas iremos construir o muro”, escreveu o Presidente norte-americano.

O encontro entre Trump e o Departamento de Segurança Interna está marcado para as 13h25 (18h25 em Lisboa) e deverá colocar em cima da mesa acções contra a entrada de refugiados e a atribuição de vistos.

No documento estarão também decisões sobre se deverá ser retomado o programa de prisões secretas da CIA, a manutenção do campo militar de Guantánamo (que o seu antecessor, Barack Obama, tentou sem sucesso fechar) e a designação da Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista, cita o New York Times.

Do conjunto de medidas que serão apresentadas pela Administração Trump esta quarta-feira, a Casa Branca já fez saber que a construção do muro é uma prioridade. Parte dos 3200 km da fronteira dos EUA com o México já está protegida por barreiras que serão também reforçadas. Além disso, o decreto de Trump incluirá um pedido para ser detalhado que ajuda financeira é neste momento concedida pelos EUA ao México, o que, diz a CNN, é uma sinal de que a Administração pode redireccionar parte desses fundos para o financiamento do muro, fazendo dessa forma “o México pagar por ele”.   

A reunião desta quarta-feira dá sequência a uma reunião que decorreu entre a equipa de transição de Trump, o Exército e a Segurança Interna para preparar a construção do muro e compreender que leis ambientais poderiam bloquear o projecto, bem como “o tempo que iria demorar”.

De acordo com a CNN, Trump quer também integrar pelo menos mais cinco mil funcionários no serviço da Alfândega e Protecção das Fronteiras e aliviar o fluxo de imigrantes que fogem da violência da América Latina.  

Um segundo decreto prioritário incidirá na eliminação das chamadas cidades santuário [sanctuary cities], onde os governos locais protegem imigrantes sem documentação legal.

Trump deverá suspender também o programa de refugiados (lançado por Obama para responder à crise de refugiados) para avaliar o risco de ameaça nacional de cada país e irá suspender a emissão de vistos a imigrantes de sete países africanos e do Médio Oriente: Síria, Iraque, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen, enumera a Reuters, citando membros da equipa de Trump que pediram para não ser identificados.

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