PEV não inviabilizará um Governo socialista com “políticas adequadas”

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Heloísa Apolónia foi reeleita deputada pela CDU Miguel Manso

"Os cidadãos expressaram uma vontade para que PSD/CDS não se mantenham no Governo e para que possa surgir uma outra formação governativa", lê-se num comunicado sobre as conclusões da reunião do Conselho Nacional do PEV, realizado neste sábado.

Reiterando a abertura e disponibilidade do partido para discutir "um programa de Governo sustentado em políticas alternativas, que quebre o ciclo de empobrecimento e de travão ao desenvolvimento ambiental, social e económico do país", o PEV considera que cabe ao PS determinar se quer assumir essas responsabilidade.

"Compete ao PS determinar se pretende assumir a responsabilidade de um virar de página formando um governo com políticas adequadas, que os Verdes não inviabilizarão, ou se, à semelhança do que tem acontecido nas últimas décadas, pretende voltar a dar a mão à direita para que esta continue no Governo", refere o partido ecologista, notando que os partidos que se apresentaram a eleições comprometendo-se com uma mudança de política detêm, no seu conjunto, a maioria dos deputados.

Por isso, acrescentam, "seria irresponsável" não atender a este novo quadro parlamentar "e fingir que tudo se mantinha igual".

"Os Verdes consideram que os cidadãos expressaram uma vontade para que PSD/CDS não se mantenham no Governo e para que possa surgir uma outra formação governativa", sustenta o partido ecologista.

Depois de uma primeira reunião com o PS, na sexta-feira, Os Verdes já têm novos encontros agendados para terça e quarta-feira. Na mesa das negociações, indicam Os Verdes, tem de estar um conjunto de matérias, como a aceitação do princípio da não privatização do sector da água, a discussão da política energética, a promoção dos transportes colectivos e o combate às assimetrias regionais, entre outras.

No comunicado, o PEV congratula-se ainda pelos resultados da CDU (PCP/PEV) nas eleições de domingo, sublinhando que a coligação obteve mais votos, mais percentagem e mais um mandato para a Assembleia da República, traduzindo uma consolidação que se tem vindo a verificar nos atos eleitorais dos últimos anos.

O PEV lamenta, contudo, "a atitude profundamente parcial e discriminatória durante a campanha por parte da comunicação social", com "um silenciamento inaceitável em relação à voz dos Verdes no quadro da pluralidade da CDU".