António Costa espera que nada de "irremediável" aconteça na TAP

O secretário-geral do Partido Socialista voltou a criticar a estratégia do Governo para a companhia.

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António Costa participa na primeira cimeira europeia como primeiro-ministro Enric Vives-Rubio

O secretário-geral socialista, António Costa, disse esta sexta-feira, no Porto, esperar que "nada de irremediável" aconteça no processo de privatização da TAP, criticando o Governo PSD/CDS-PP por ter cometido um "erro gravíssimo que deixa o país desprotegido".

"A TAP é uma empresa absolutamente estratégica para o futuro do país. É uma condição essencial da nossa soberania e, portanto, é preciso extrema cautela com o futuro da TAP. Até agora, o Governo fez tudo mal. Espero que nada de irremediável aconteça e que o país possa continuar a contar com a TAP como tem contado", disse o líder socialista.

António Costa, que falava aos jornalistas à saída de um encontro com a comunidade científica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, vincou que desconhece o conteúdo das propostas que os empresários David Neeleman, German Efromovich e Miguel Pais do Amaral entregaram para aquisição da TAP, reiterando que o PS "tudo fará para que o Estado não perca o controlo" da transportadora portuguesa.

"Tenho esperança que os candidatos não tenham apresentado propostas para mais de 49% (...). O PS fará tudo para que o Estado não perca o controlo da empresa e não perca mais de 51% do capital", disse.

Confrontado com o facto de todos os candidatos terem apresentado propostas para aquisição de 66%, António Costa considerou que o Governo cometeu "um erro gravíssimo" porque "deixa o país desprotegido em relação ao futuro da empresa".

O secretário-geral do PS defendeu a tese de que existiam três caminhos a seguir antes de entrar na "aventura da privatização" e reiterou a ideia de que o Estado não deveria abdicar de controlar pelo menos 51% da TAP. "O Estado não se devia ter posto na aventura da privatização sem antes ter esgotado junto da Comissão Europeia as possibilidades de financiamento público de uma empresa que não tem um problema estrutural mas tem um problema de tesouraria", apontou.

Em segundo lugar, Costa disse que admitindo-se a necessidade de mobilização de capital privado, o Governo "podia-o ter feito através do aumento de capital em dispersão em bolsa". "A terceira hipótese, que até admitimos, se recorresse à privatização até 49%. Tudo o que vá para além disto é algo que, do nosso ponto de vista, não dá garantias a Portugal e aos portugueses de solidez quanto ao futuro da TAP. É um erro que este Governo cometeu. Espero que este erro não tenha sido irremediável e que tudo ainda se possa reconduzir (...). O Estado em caso algum deve ter menos de 51% da empresa", concluiu.

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