Fenprof reúne professores para preparar estratégia do próximo ano

Centenas de docentes vão preparar um documento para entregar no Ministério da Educação, antevendo a estrutura sindical um ano de luta e resistência.

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Mário Nogueira antecipa um ano "com greves e um grande trabalho de resistência" Enric Vives-Rubio

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) reúne nesta quarta-feira, em Lisboa, centenas de docentes para preparar um ano que antevê de luta e resistência a políticas que considera agressões à escola pública e aos seus profissionais.

No encontro nacional, a realizar sob o lema "O Direito a Ser Professor", será feito o balanço do ano lectivo terminado e debatida a estratégia para o próximo (2014-2015), disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

A federação quer reunir consensos e convergências com todas as organizações representativas dos professores e exigir compromissos dos partidos políticos para a educação, tendo em conta que 2015 é ano de eleições legislativas. "Prevê-se um ano muito complicado, possivelmente com greves e um grande trabalho de resistência", avançou Mário Nogueira.

O encontro deverá reunir entre 700 a 800 participantes, sendo no final aprovada uma moção que levará os presentes a desfilar até ao Ministério da Edução, para entregar o documento, como já é habitual.

De acordo com Mário Nogueira, o ano lectivo que agora terminou ficou marcado por problemas que nunca foram solucionados, como a falta de apoio a muitas crianças com Necessidades Educativas Especiais, falta de pessoal auxiliar e constituição de novos grandes agrupamentos escolares que "dificultaram o trabalho pedagógico".

Para o próximo ano, Mário Nogueira teme as consequências da aplicação efectiva da mobilidade especial aos professores: "Se até ao final do primeiro período os professores não tiverem turmas atribuídas, em Janeiro transitam para a mobilidade especial e terão um corte de 40 por cento no salário".

Os professores temem também o chamado processo de municipalização do ensino ou eventual aplicação do cheque-ensino no sector privado e a extinção das grelhas profissionais dos docentes para serem integradas numa tabela única da Função Única.

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