Ricciardi segue estratégia para libertar BESI do controlo do BES e dos problemas da família

Carlos Costa emitiu certificado de idoneidade ao presidente do BESI que se prepara para aumentar o capital da instituição financeira especializada na banca de investimento (fusões, aquisições e consultoria)

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José Maria Ricciardi, presidente do BESI Daniel Rocha

José Maria Ricciardi veio esclarecer que vai autonomizar o BESI do seu accionista de controlo, o BES, o que exigirá um aumento de capital com recurso a novos investidores.

Após esta operação a posição do BES poderá diluir-se o que permitirá a Ricciardi tomar conta do banco de que é o principal rosto.

“José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi irá optar por desenvolver a sua carreira bancária no Banco Espírito Santo de Investimento, onde exerce o cargo de presidente da comissão executiva, apostando num projecto de natureza estratégica que pressupõe a separação da banca de investimento da banca comercial”. É deste modo que Ricciardi começa a sua nota enviada à comunicação social, onde sublinha também que a decisão será feita em “harmonia com o modelo de governance que tem vindo a ser desenvolvido no mercado bancário internacional”. Com esta declaração curta Ricciardi dá conta de uma intenção: seguir um novo caminho autonomizado do BES. O que, aliás, corresponde a uma orientação dos supervisores e que visa proteger os clientes da banca de retalho, em regra com menor informação financeira, das operações da banca de investimento. 

Depois de ter “sido reconhecida a sua idoneidade pela entidade de supervisão e o registo do seu mandato”, Ricciardi afirma que se propõe “desenvolver uma parceria internacional que passará por um aumento de capital de significativa envergadura” no BESI. E que esta operação vai contribuir “não só para o reforço da implementação da instituição e da sua capacidade de intervenção no mercado, como ainda para a obtenção de consideráveis benefícios para a economia nacional”. Recentemente Ricciardi esteve no Dubai a procurar parceiros estratégicos que possam investir no BESI, e deste modo dar suporte à sua estratégia de “independência” do BES e da sua família. O que vai permitir libertar-se dos problemas detectados nas holdings accionistas do BES, em especial da Espirito Santo Internacional, e do BES Angola. A diluição do capital possibilita que o banqueiro passar a ter maior poder sobre os destinos da instituição, em articulação com os novos investidores. 

Uma das consequências da demissão de Ricardo Salgado da presidência do BES é o seu afastamento do BESI, onde era também chairman, lugar que Ricciardi vai assumir em simultâneo com o de CEO. 

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