Janet Yellen aprovada no Senado para presidente da Reserva Federal dos EUA

O desemprego será um dos problemas com que a nova presidente terá de lidar.

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Janet Yellen era vice-presidente da Fed Nicholas KAMM/AFP

O Senado dos EUA confirmou (com 56 votos a favor e 26 contra) o nome de Janet Yellen, até aqui vice-presidente da Reserva Federal norte-americana, para suceder a Ben Bernank na presidência da instituição. Yellen, de 67 anos, tinha sido nomeada em Outubro por Barack Obama e a confirmação no Senado já era esperada.

Para além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo nos 100 anos de história do banco central dos EUA, é também a primeira presidente da Fed de nomeação democrata desde 1979. Terá em mãos a tarefa de reduzir o ritmo do programa de estímulos à economia que a Reserva Federal tem levado a cabo.

Yellen chega à liderança da Fed num momento crucial, em que a dimensão do plano de estímulos começará a encolher progressivamente. A compra de activos financeiros por parte da Fed, que até agora ascendia a 85 mil milhões de dólares por mês (62.400 milhões de euros), passará já em Janeiro para 75 mil milhões de dólares (cerca de 54.500 milhões de euros).

Numa altura em que as taxas de juro de referência já se encontram (e vão manter-se) próximas de zero, a retirada de estímulos será gradual. A partir da avaliação que fizer das condições do mercado de trabalho, da inflação e da evolução da economia, a Fed poderá ir reduzindo progressivamente a compra de activos.

Segundo o New York Times, no processo de confirmação, a Reserva foi criticada tanto por não fazer o suficiente para ajudar a economia e a classe média, como por ir demasiado além e distorcer os mercados e aumentar os riscos para a economia.

Yellen assume funções a 1 de Fevereiro para um mandato de quatro anos. A responsável tem estado ao lado de Bernanke na defesa das decisões tomadas no comité de política monetária da Fed. Da mesma forma que tem defendido a manutenção de um programa de estímulos, a nova líder da Fed considera que chegou o momento de começar uma retirada cautelosa e ponderada do programa de estímulos.

Um dos indicadores a que Yellen estará atenta será a evolução da taxa de desemprego, que, embora em queda, ronda os 7%. . As taxas de juro de referência do banco central vão manter-se baixas enquanto o desemprego persistir acima de 6,5% ou mesmo depois disso, como admitiu a Fed em Dezembro.

Antes de entrar na Fed, em 2010, Yellen presidiu ao banco do Sistema da Reserva Federal de São Francisco. Entre 1997 e 1999, foi presidente do Conselho dos Consultores Económicos do Presidente democrata Bill Clinton. É casada com George Akerlof, premiado com o Nobel da Economia em 2001, e tem obras publicadas sobre o desemprego.

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