Obama nomeia primeira mulher para a presidência da Reserva Federal

Janet Yellen, de 67 anos, foi presidente do Conselho dos Consultores Económicos de Bill Clinton.

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Janet Yellen Reuters/Robert Galbraith/Arquivo

O Presidente dos EUA, Barack Obama, vai nomear nesta quarta-feira Janet Yellen para a presidência da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano, informou fonte da Casa Branca. É a primeira mulher a ocupar o cargo em cem anos de história da instituição.

Janet Yellen, de 67 anos, era a favorita para a nomeação depois de o economista Lawrence H. Summers, antigo conselheiro de Obama, ter desistido da corrida ao cargo face à oposição dos senadores democratas.

Yellen é desde 2010 vice-presidente do Conselho de Governadores da Fed e tinha antes presidido ao banco do Sistema da Reserva Federal em São Francisco. Entre 1997 e 1999, presidiu ao Conselho dos Consultores Económicos do Presidente democrata Bill Clinton. É casada com George Akerlof, premiado com o Nobel da Economia em 2001, e tem obras publicadas sobre o desemprego — que, aliás, deverá ser uma das suas principais preocupações quando assumir o lugar, em Janeiro de 2014.

Nos últimos meses, a taxa de desemprego tem registados descidas na maior economia do mundo, mas esse movimento não é suficiente para sossegar os responsáveis políticos porque é, essencialmente, resultado da desistência de muitos norte-americanos mais idosos em procurar trabalho do que produto de uma genuína lógica de criação de empregos.


Economistas ouvidos pelo The Wall Street Journal aplaudem a decisão de Obama, descrevendo Janet Yellen como uma pessoa com "integridade e humanidade genuínas", que irá permitir a "continuidade" das políticas que têm sido levadas a cabo pelo actual presidente da Fed, Ben Bernanke.

A nomeação de Yellen ocorre numa altura crítica para os EUA, com o governo do país paralisado devido a um impasse sobre a votação do orçamento e da dívida. Quando assumir o cargo, Janet Yellen irá herdar um dossier crítico, o chamado quantitative easing, ou seja, o programa de injecção de dinheiro na economia para promover o crescimento económico.

Através deste programa, a Reserva Federal tem vindo a colocar 85 mil milhões de dólares por mês na economia, através da compra de títulos de dívida norte-americana. Mas já deixou entender que irá começar a reduzir progressivamente essas compras e até se pensou que essa medida poderia ter sido assumida na reunião de Setembro passado.

Nessa altura, os responsáveis da Fed entenderam, porém, que era mais prudente adiar essa medida por algum tempo, deixando-a para quando se verificar uma recuperação mais sustentada do emprego e os riscos que pendem sobre o sistema financeiro começarem a desvanecer-se.

Notícia actualizada às 9h25 

 
 
 
 

 
 

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