Por uma nova parceria com os cidadãos

A RTP está num momento de viragem. Ou se torna um operador residual ou consegue reclamar o espaço que é seu no panorama audiovisual português.

Incorpora os princípios e assume os valores fundadores do Serviço Público de Media, mas este Contrato de Concessão de Serviço Público de Media poderia ser mais ousado, comprometendo-se claramente com os encargos financeiros inerentes ao desenvolvimento da RTP, com a emissão em sinal aberto da RTP Informação, com a presença permanente da informação não diária no horário nobre do canal generalista, com uma parceria efectiva com os cidadãos para que o operador público pudesse ser, de facto, a TV de todos os portugueses.

A RTP está num momento de viragem. Ou se torna um operador residual ou consegue reclamar o espaço que é seu no panorama audiovisual português, assumindo-se como uma TV de referência norteada por critérios de qualidade agregadores de públicos. Num contexto de crise financeira, de identidade e de legitimidade, o poder político tem aqui um papel importantíssimo. Não chega aprovar o novo Contrato de Concessão de Serviço Público. É preciso dotar a empresa pública de estabilidade para que os seus profissionais possam trabalhar com motivação. É também necessário apostar em reabilitar uma marca que, nos últimos tempos, perdeu credibilidade. A RTP precisa de renascer. Com determinação.

Esta reabilitação passará sempre por uma renovada ligação aos cidadãos, promovendo conteúdos diferenciados, reflectindo nos plateaux informativos a variedade de públicos para os quais dirige o seu trabalho e abrindo permanentes canais de participação. É também por aqui que um SPM reencontrará pistas para se reinventar, algo fundamental à sua sobrevivência.
 
 

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