CGTP pede ao Governo e Presidente da República que façam leitura da greve geral

Forte adesão deve levar Governo a mudar políticas, defende Arménio Carlos.

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Face aos primeiros números de adesão à greve geral desta quinta-feira, o líder da CGTP, Arménio Carlos, classifica-a como "excepcional". Verificou-se uma "fortíssima expressão do sector público, privado e sector empresarial do Estado", disse em conferência de imprensa ao início da tarde, em Lisboa, para um primeiro balanço da adesão.

Arménio Carlos falou de "grande adesão da função pública", nomeadamente ao nível da administração local, justiça e transportes. Verificou-se uma "adesão muito significativa do sector privado", ficando os números entre 70% e 100% de adesão num conjunto vasto de empresas, nesta que o secretário-geral classifica como uma "primeira amostragem".

Hospital do Barreiro e departamentos de resíduos sólidos de Palmela, Oeiras, Seixal e Sesimbra são alguns dos exemplos divulgados pelo sindicalista. A greve faz-se sentir na CP, STCP, Metropolitano de Lisboa e Metro Sul do Tejo. No sector privado e no empresarial do Estado verificou-se uma adesão de 100% na EDP Distribuição, na Empresa de Manutenção e Equipamento Ferroviário (EMEF) e nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. 

Outros exemplos de "grande adesão" são: Hospital de S. José (90%), em Lisboa; Carris (75%), Electrotejo (99%) e Base do Alfeite (90%). "São taxas muito elevadas de adesão", congratula-se.

Para Arménio Carlos o "Governo ficou mais enfraquecido e perdeu margem de manobra para as suas políticas" e, quanto ao Presidente da República, o sindicalista pede-lhe que "pense sobre o que se passou hoje em Portugal e a resposta a dar aos trabalhadores". "É o que deverá fazer."

Na conferência de imprensa, o secretário-geral da CGTP adiantou algumas "ideias consensuais das primeiras 13 horas de greve": a "defesa da promoção de outra distribuição do rendimento"; ao nível das "contratações colectivas e desbloqueamento dos salários", como é o caso do salário mínimo;e a promoção de uma "política de crescimento económico que aposte em mais e melhor emprego". 

O líder da central sindical lembrou que "nunca nenhuma empresa fechou, neste país, devido à responsabilidade dos trabalhadores, mas o mesmo não tem acontecido com o Governo, que é um exterminador de emprego". Os exemplos são os 300 mil postos de trabalho perdidos nos últimos dois anos, bem como o milhão e meio de desempregados, disse.

"Nada pode ficar igual [depois desta greve]", concluiu Arménio Carlos.

A CGTP vai fazer o segundo balanço da greve geral desta quinta-feira às 20h.
 
 

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