Globos de Ouro: a noite foi de La La Land (e de Meryl Streep)

A gala dos Globos de Ouro ficou marcada pelo recorde histórico do filme La La Land – Melodia do Amor que arrecadou sete prémios.

Ryan Gosling e Emma Stone são os protagonistas de <i>La La Land</i>, o grande vencedor da noite
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Ryan Gosling e Emma Stone são os protagonistas de La La Land, o grande vencedor da noite Reuters/MARIO ANZUONI
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La La Land recebeu sete prémios
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Ela, de Paul Verhoeven, foi o único outro filme a receber múltiplos prémios – melhor filme estrangeiro e melhor actriz dramática (Isabelle Huppert)
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O elenco de Moonlight EPA/MIKE NELSON
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Janelle Monae e o realizador Barry Jenkins EPA/MIKE NELSON
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Nos prémios de TV, Claire Foy recebeu o de melhor actriz dramática pelo desempenho em The Crown REUTERS/Mario Anzuon
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Os prémios foram apresentados este ano por Jimmy Fallon
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Foi a noite em que os Globos de Ouro elegeram como o seu filme do ano La La Land – Melodia de Amor, o musical de Damien Chazelle com Emma Stone e Ryan Gosling, vencedor de sete prémios naquela que é a maior vitória de sempre na cerimónia da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood.

Mas, enquanto os prémios iam para este regresso a uma era dourada do cinema americano que não volta mais, foi Meryl Streep, vencedora do prémio de carreira Cecil B. de Mille, que marcou a noite dos Globos de Ouro com um discurso abertamente político, abertamente anti-Trump, sem nunca sequer ter proferido o nome do Presidente eleito dos EUA.

Citando o actor Hugh Laurie, um dos vencedores nas categorias de televisão, Streep disse: “Todos nós nesta sala fazemos parte daquela que é hoje um dos segmentos mais desprezados na sociedade americana: Hollywood, os estrangeiros e a imprensa.” Evocou o episódio em que Donald Trump, durante a campanha, troçou de um repórter deficiente, uma performance memorável porque “não tinha nada de bom, mas foi eficaz e cumpriu o seu objectivo”, e fez uma tirada apaixonada em defesa da identidade americana como um país de viajantes e emigrantes, em defesa da liberdade de imprensa e da empatia com aqueles que não são como nós. “O único trabalho de um actor é entrar nas vidas daqueles que são diferentes de nós e fazer-nos sentir como é viver assim.”

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Ryan Gosling partilha uma imagem do prémio que ganhou com Emma Stone EPA

Foram os seis minutos mais importantes de uma cerimónia que ao longo dos anos tem sido considerada como uma simples “feira de vaidades”, “a melhor festa de Hollywood” ou a “antecâmara dos Óscares” (prevendo o que a Academia de Hollywood premeia algumas semanas depois – este ano, os nomeados serão anunciados a 24 de Janeiro e os galardões entregues a 26 de Fevereiro). Apresentados este ano por Jimmy Fallon – que teve alguns problemas com o seu teleponto –, os Globos de Ouro premeiam as principais categorias do cinema e televisão americanos e são escolhidos por um pequeno grupo de críticos e jornalistas internacionais baseados em Hollywood.

Nas categorias de cinema, La La Land (que se estreia em Portugal no próximo dia 26) fez o “pleno”, arrecadando todos os galardões para que tinha sido nomeado: melhor filme de comédia ou musical, melhor actriz de comédia ou musical (Emma Stone), melhor actor de comédia ou musical (Ryan Gosling), melhor realizador (Damien Chazelle), melhor argumento, melhor banda sonora e melhor canção original. Ela, de Paul Verhoeven, foi o único outro filme a receber múltiplos prémios – melhor filme estrangeiro e melhor actriz dramática (Isabelle Huppert). O melhor filme dramático foi Moonlight, de Barry Jenkins, e a melhor animação Zootrópolis; Casey Affleck recebeu o prémio de melhor actor dramático por Manchester by the Sea, e os melhores secundários foram Viola Davis (por Vedações, de Denzel Washington) e Aaron Taylor-Johnson (Animais Nocturnos, de Tom Ford).

Nas categorias de televisão, o grande vencedor foi O Gerente da Noite, minissérie baseada num romance de John le Carré, que recebeu três prémios de representação: melhor actor em minissérie (Tom Hiddleston), melhor actriz secundária em minissérie (Olivia Colman) e melhor actor secundário em minissérie (Hugh Laurie). Empatados com dois prémios cada ficaram The Crown, a série do serviço Netflix sobre a rainha Isabel II, com os prémios de melhor série dramática e melhor actriz dramática (Claire Foy), a comédia surreal da FX Atlanta (melhor série de comédia e melhor actor de comédia, para Donald Glover) e O Povo contra O. J. Simpson (melhor minissérie e melhor actriz em minissérie, para Sarah Paulson).

No entanto, foi o discurso de Meryl Streep que marcou de muito longe a noite. No serviço Twitter, a hashtag #GoldenGlobes surge em primeiro lugar na lista de tendências e o nome da actriz é citado em mais de 700 mil tweets a propósito do seu discurso – previsivelmente denunciado por Donald Trump, que o atribuiu apenas ao despeito pela derrota de Hillary Clinton (que a actriz apoiou abertamente) e à tendência “liberal” de Hollywood.

Cinema

Melhor filme dramático
Moonlight

Melhor  filme de comédia ou musical
La La Land

Melhor actor dramático
Casey Affleck (Manchester by the Sea)

Melhor actriz dramática
Isabelle Huppert (Elle)

Melhor actor em comédia
Ryan Gosling (La La Land)

Melhor actriz em comédia
Emma Stone (La La Land)

Melhor realizador
Damien Chazelle (La La Land)

Melhor argumento
Damien Chazelle (La La Land)

Melhor filme de animação
Zootrópolis

Televisão

Melhor série de comédia
Atlanta

Melhor série dramática
The Crown

Melhor telefilme ou série limitada
American Crime Story: O Caso de O.J.

Melhor actor numa série dramática
Tom Hiddleston (O Gerente da Noite)

Melhor actriz numa série dramática
Sarah Paulson (American Crime Story: O Caso de O.J.)

Melhor actor numa série de comédia
Donald Glover (Atlanta)

Melhor actriz numa série de comédia
Tracee Ellis Ross (Black-ish)

Melhor actor num telefilme ou série limitada
Hugh Laurie (O Gerente da Noite)

Melhor actriz num telefilme ou série limitada
Olivia Colman (O Gerente da Noite

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