Bélgica autoriza extradição de Salah Abdeslam para França

O único terrorista dos atentados de 13 de Novembro em Paris que não se fez explodir foi preso em Bruxelas

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Momento da prisão de Abdeslam, em Bruxelas REUTERS

A justiça belga deu luz verde à extradição de Salah Abdeslam, para França. A forma como será transferida a tutela sobre o único terrorista dos atentados de 13 de Novembro em Paris que não se fez explodir, capturado a 18 de Março em Bruxelas, “será discutida entre as autoridades belgas e francesas”, diz um comunicado da Procuradoria Federal belga.

Abdeslam, um cidadão de nacionalidade francesa mas que sempre viveu na Bélgica, inicialmente recusou a extradição para França mas mudou de ideias, após os atentados da semana passada em Bruxelas, reivindicados pelo Estado Islâmico, tal como os de Paris, e pediu expressamente para ser transferido para França.

Ferido numa perna no momento da captura, Abdeslam pareceu, num primeiro momento, estar disposto a colaborar com a justiça belga. Mas invocou o seu direito ao silêncio após os ataques no aeroporto de Zaventem e na estação de metro de Maelbeek. A sua defesa fez saber que estaria agora disposto “a colaborar com as autoridades francesas”, diz o Le Monde.

No interrogatório inicial, Abdeslam avançou alguns pormenores sobre o seu papel nos atentados de Novembro. Tinha uma missão suicida no Estádio de França, mas arrependeu-se no último momento.  Atira toda a responsabilidade do planeamento dos atentados para o seu irmão mais velho, Brahim Abdeslam, um dos bombistas-suicidas. Confirma ter sido ele a alugar os carros e hotéis para os atacantes e assume ter conduzido três bombistas. Nada mais. Negou conhecer os terroristas de Bruxelas, embora tudo aponte na direcção contrária.

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