Passos com os olhos no futuro e o nome do ministro das Finanças na cabeça

No Barreiro, ao lado de Maria Luís Albuquerque, o líder da coligação de direita pediu para falar "mais para a frente e menos para trás"

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Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque no Barreiro Miguel Manso

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira, no Barreiro, que não vale a pena falar do passado, mas sim focar a campanha eleitoral no futuro.

Na opinião do chefe de Governo "não vale a pena" falar do passado, "o que é preciso agora é, nesta segunda fase que é a campanha oficial, falar mais para a frente e menos para trás".

"Não é que eu tenha nenhuma dificuldade em falar do que fizemos, do que temos, é porque acho que de certa maneira, cada conversa que eu tenho sobre esse tópico já acrescenta pouco àquilo que as pessoas sabem, que as pessoas conhecem", acrescentou Pedro Passos Coelho.

Segundo o líder da coligação Portugal à Frente (PaF), "quem quer que estivesse na situação de Portugal, se não quisesse que o país acabasse mal, teria feito mais ou menos o que nós fizemos".

Afirmando falar com todas as pessoas, quer enquanto candidato, quer enquanto primeiro-ministro, Passos considerou não poder "ficar com a campanha parada" de cada vez que alguém o aborda, pois "não seria correcto".

Cofre "apetrechado"
Passos Coelho afirmou também que Portugal tem o "cofre devidamente apetrechado" para pagar os empréstimos aos credores, mesmo em caso de volatilidades do mercado.

"Nós temos disponibilidades, aquilo a que a senhora ministra das Finanças há um tempo chamou almofada financeira, temos o nosso cofre devidamente apetrechado para fazer face a qualquer circunstância de volatilidade de mercado, perturbação de mercado que possa acontecer", disse aos jornalistas no final de uma visita de campanha a um parque industrial.

O primeiro-ministro considerou também que, "uma vez que não foi concretizada a venda do Novo banco dentro do prazo que o Banco de Portugal tinha previsto, o IGCP [instituição do Estado que faz a gestão da dívida pública] terá de adaptar agora a gestão da sua tesouraria a essa circunstância".

Afirmando que "não há ainda uma decisão tomada sobre que tipo de amortizações antecipadas é que poderão, ou não, vir a ser feitas, até final do ano", o líder do PSD acrescentou que "a possibilidade de mais amortizações de empréstimos do FMI dependerá da avaliação de mercado que o IGCP vier a fazer".

"Se entendermos que há condições de mercado que nos permitam ficar a pagar um juro mais baixo para ir buscar dinheiro para pagar antecipadamente dinheiro que nos custa mais caro, não deixaremos de o fazer", declarou.

Passos Coelho declarou, também, que a "questão vem sendo analisada ao longo do ano" e terá de passar pelo IGCP, pelo Tesouro e também pela ministra das Finanças, culminando com o seu crivo.

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que também acompanhou a iniciativa no Barreiro (distrito de Setúbal, onde é candidata), afirmou aos jornalistas que "aquilo que se vencia este ano eram 500 milhões [de euros de pagamentos ao FMI], que já estão pagos".

"Até pagámos antecipadamente, mas é uma questão que teremos de reavaliar até ao final do ano em função das condições de mercado", acrescentou.

Em relação a quem assumirá a pastas das Finanças, caso a coligação se mantenha no próximo Governo, o líder do PSD afirmou ter o "assunto muito bem esclarecido" na sua cabeça, não querendo avançar com nomes.

Questionada sobre se tem a expectativa de se manter no cargo, Maria Luís Albuquerque não quis responder, por considerar "não ser matéria para se especular neste momento".

 

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