Se se entrasse inadvertidamente numa sessão de Map to the Stars, sem saber ao que se ia, o filme de David Cronenberg passaria por um Scary Movie, “série” que se alimenta dos sonhos e pesadelos dos outros (filmes)?

Desenrola-se como uma sucessão de sketches, o name dropping pesa em todos os diálogos, aproveita-se de todos os filmes-pesadelos sobre Hollywood de que nos podemos lembrar, com esse grande sonho à cabeça que é o Mulholland Drive de David Lynch.

A assemblage é ruminante: já vimos tudo isto, estas movie stars no crepúsculo, estes actores-criança ditadores, as drogas, as reabilitações, as famílias disfuncionais e todos a começarem a sonhar o mesmo sonho, num filme ou numa sitcom anterior. Na estreia do filme em Cannes, houve quem se interrogasse - com muito menos cinismo do que aquele que o filme exibe - se estaria o realizador canadiano a apontar para o público adolescente, a fazer o seu teen movie.