Cacilheiro de Joana Vasconcelos está a chegar a Portugal com futuro por decidir

A empresa de turismo fluvial Douro Azul quer comprar o Trafaria Praia depois da presença na Bienal de Veneza, mas as negociações ainda estão em curso.

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O cacilheiro quando em Fevereiro do ano passado partiu para Veneza Bruno Simões Castanheira
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Joana Vasconcelos no dia em que o Trafaria Praia partiu de Lisboa para Veneza Bruno Simões Castanheira
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O cacilheiro quando em Fevereiro do ano passado partiu para Veneza Bruno Simões Castanheira
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A artista antes da transformação do cacilheiro (atrás) Nuno Ferreira Santos
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Apresentação do projecto e do painel de azulejos para o cacilheiro Nuno Ferreira Santos

O cacilheiro Trafaria Praia que Joana Vasconcelos transformou em pavilhão flutuante para representar Portugal na Bienal de Arte de Veneza, em Itália, está prestes a chegar a Portugal, numa altura em que o seu futuro está ainda a ser discutido. A Douro Azul, empresa de turismo fluvial, quer comprar o cacilheiro e continuar a dar-lhe vida, mas o negócio não está ainda fechado.

Apesar de o Art Newspaper avançar esta sexta-feira que a Douro Azul já comprou o cacilheiro e que “em breve” os turistas poderão passear-se num cruzeiro pelo rio, ao PÚBLICO, Mário Ferreira, empresário e proprietário da Douro Azul, garante que as partes “ainda estão em negociação”. “Não posso confirmar nem negar o que ainda está em curso”, diz o empresário, acrescentando que em breve haverá novidades e confirmando apenas que a empresa está interessada em comprar o Trafaria Praia.

“Só posso dar uma informação válida e consistente depois de fazer o trabalho de casa", continua Mário Ferreira, "e neste momento estamos a fazer o trabalho de casa”, completa o empresário, que diz desconhecer a notícia avançada pelo jornal especializado Art Newspaper. “É muito prematuro falar, neste momento nem faço ideia do que vai ser o projecto”, explica o proprietário da Douro Azul.  

Lúcio Moura, responsável pela comunicação do atelier de Joana Vasconcelos, reage à notícia do Art Newspaper negando ao PÚBLICO que o cacilheiro já tenha sido comprado pela Douro Azul ou por qualquer outra empresa, explicando que só quando o Trafaria Praia estiver em Portugal, “se fecharão todas as ideias”.

As condições climatéricas adversas das últimas semanas têm atrasado o regresso do cacilheiro, diz Lúcio Moura sobre a embarcação, cujo exterior foi revestido com azulejos pintados à mão que mostram Lisboa vista a partir do rio – uma ideia inspirada pelo Grande Panorama de Lisboa que se encontra no Museu do Azulejo e que apresenta a cidade, a partir dessa perspectiva, antes do terramoto de 1755.

“Não sendo certo, o cacilheiro deverá chegar a Lisboa em Março”, diz o responsável pela comunicação da artista portuguesa, revelando que o Trafaria Praia já atravessou parte de Espanha. Sobre o seu futuro e as ideias que existem para a sua manutenção, Lúcio Moura prefere não falar enquanto há negociações ainda em curso.

O Art Newspaper escreve, citando Joana Vasconcelos, que a Douro Azul comprou o cacilheiro para o juntar à sua frota turística e que o plano é organizar pequenos passeios. E quando estiver parado estará atracado perto do atelier da artista, que fica na doca de Alcântara, em Lisboa. “Espero abrir o atelier ao público e criar um espaço de exposição lá”, disse Joana Vasconcelos ao Art Newspaper, explicando que “os visitantes poderão assim ver o cacilheiro e o estúdio ao mesmo tempo".

“Será possível comprar bilhetes a partir de Abril”, acrescenta a publicação, citando a artista. Estes detalhes foram negados por Mário Ferreira, que diz que só idealizará o projecto depois de ter a certeza da compra do cacilheiro que, em Veneza, onde esteve durante seis meses atracado em frente aos Giardini, o recinto onde se encontram os pavilhões mais antigos da Bienal, foi um dos favoritos dos visitantes do evento, escreve o Art Newspaper.

A artista, que tem neste momento na Manchester Art Gallery Time Machine, a sua maior exposição de sempre no Reino Unido, disse à mesma publicação que o Trafaria Praia tem desencadeado interesse um pouco por todo lado, tendo recebido já pedidos para o levar a Macau ou Monte Carlo. “Houve até alguém que o queria mostrar no lago de Zurique (na Suíça). Mas é muito caro movê-lo”, acrescentou Joana Vasconcelos.  

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