Bolsa de Lisboa perde 1,3% pressionada pelo sector bancário

Juros da dívida soberana descem no prazo mais longo e sobem no mais curto.

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Bolsa de Lisboa está a cair mais que as congéneres europeias. Rafael Marchante/Reuters

O principal índice da Bolsa de Lisboa, o PSI 20, encerrou esta terça-feira a perder 1,38%, abaixo dos 2,4% que esteve a desvalorizar durante boa parte da manhã.

O dia foi negativo nas restantes praças europeias, mas também aí, a segunda metade da sessão foi de alguma recuperação. Depois de terem estado a perder mais de 1%, os principais índices europeus encerram abaixo desse valor, à excepção de Madrid, que fechou a cair 1,28%.

Nas bolsas europeias, o sentimento negativo dos mercados ficou a dever-se, essencialmente, a indicadores decepcionantes, como a queda das importações da economia chinesa em Setembro.

A Bolsa portuguesa acompanhou a tendência das congéneres, beneficiando um pouco da declaração de António Costa, líder do Partido Socialista, a garantir que “Portugal vai manter a estabilidade dos seus compromissos europeus”.

De referir que para a queda da bolsa de Lisboa, que tinha perdido 3,1% esta segunda-feira, contribuiu o actual momento de incerteza política e o receio de formação de um governo de esquerda.

A aversão dos investidores aos governos de esquerda resulta das implicações que isso possa trazer, entre outros, ao nível da renegociação da dívida pública ou de reversão das privatizações.

O aumento do risco político afecta particularmente o sector financeiro. O BCP, que chegou a perder mais de 7%, reduziu a queda no final da sessão para cerca de metade. No BPI, a queda ficou em 1,5%, bem abaixo dos 4% das primeiras horas de negociação.

Importa referir que os dois títulos bancários registaram fortes valorizações nas últimas semanas, mais de 40% no caso do BCP, e perto de 30 no caso do BPI, o que também propicia alguma realização de mais-valias.

No mercado da dívida soberana, o maior risco político reflectiu-se essencialmente nos juros das obrigações do tesouro de curto prazo, ao verificar-se uma subida dos títulos de dívida a dois anos e uma queda nos prazos de cinco e 10 anos.

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