Wes Anderson e Richard Linklater entre os favoritos da Guilda dos Realizadores

Nomeações para o prémio quase infalível na previsão do Óscar incluem ainda Iñarritu e as surpresas Clint Eastwood e Morten Tyldum.

Foto
Richard Linklater e Wes Anderson Valerie Macon/Getty Images/AFPe Eric Gaillard/Reuters

Quinta-feira é dia de Óscares – de nomeações, porque a noite dourada de Hollywood só acontece a 22 de Fevereiro – e todos os sinais estão a ser lidos como oráculos para adivinhar quem são os candidatos do ano. Um indicador fiável para saber quem é o melhor atrás da câmara são os prémios da Guilda dos Realizadores, que há dez anos adivinha o Óscar equivalente ou o melhor filme. E os candidatos de 2015 são Wes Anderson, Clint Eastwood, Richard Linklater, Alejandro González Iñarritu e Morten Tyldum.

Anderson e Linklater começam a despontar pelos seus filmes já premiados nos Globos de Ouro e pela crítica: Grand Budapest Hotel, passado num majestoso hotel de meados do século XX em que Ralph Fiennes é Gustav, o concierge que se vê envolvido numa herança e em suspeitas de homicídio, e Boyhood, rodado em punhados de dias anuais ao longo de 12 anos e que faz a crónica de uma família e do crescimento de um rapaz. Estão nomeados pelos seus pares, os membros da Guilda dos Realizadores que anunciaram terça-feira os candidatos para a escolha final de 7 de Fevereiro. E que, apesar de Anderson e Linklater serem quase veteranos na indústria, nunca os nomearam para estes prémios.

Se a Guilda não se engana há uma década no nome do cineasta que levará para casa um Óscar – excepção feita a Ben Affleck, premiado por Argo mas não nomeado pela Academia para o Óscar correspondente -, o ponto máximo da temporada de prémios do cinema americano escolhe sempre cinco candidatos. E a Anderson e Linklater (sendo este último o receptor do Globo de melhor realizador, entregue domingo à noite) juntam-se o veteraníssimo Clint Eastwood por Sniper Americano, que se estreia em Portugal a 22 de Janeiro e que tem aqui a sua quarta nomeação da Guilda, e Iñarritu pelo também já inevitável Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), outro título que continua a aparecer nas listas dos melhores de 2014 e dos nomeados para galardões.

Há ainda Morten Tyldum, o autor de O Jogo da Imitação, protagonizado pelo britânico Benedict Cumberbatch e que conta a história do matemático inglês Alan Turing que ajudou a decifrar o código nazi Enigma e pioneiro da ciência da computação, conceito que ajudou a formalizar tal como outro, o de “algoritmo”, que hoje estão na base de muitas das ferramentas com que trabalhamos. O filme estreia-se esta semana em Portugal.

Agora, 15 mil membros da Guilda vão votar nestes cinco homens que, como assinalam já vários analistas, voltaram a deixar de fora uma das candidatas a uma nomeação ou mesmo aos Óscares, Ava DuVernay pelo seu Selma. Um filme sobre Matin Luther King Jr. que tem gigantes como Oprah Winfrey ou Brad Pitt na sua equipa, mas que até agora está a ser um dos grandes ignorados da temporada. Um dos motivos para ser ignorado, apontam os especialistas, é a ausência de oportunidades para ver o filme, que não foi enviado aos votantes ao contrário da esmagadora maioria dos outros candidatos.

Também de fora ficaram outros nomes expectáveis como o de David Fincher por Em Parte Incerta/Gone Girl ou Christopher Nolan pelo épico de viagem espacial Interstellar, um dos filmes que parecia ter ganho força no final do ano e que, com as nomeações para os principais prémios em curso, foi ficando para trás. A Variety aponta como maiores surpresas as nomeações de Eastwood – que venceu com Imperdoável e Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos -, e do norueguês Tyldum, cujas nomeações fazem crescer ou mesmo nascer algum favoritismo em torno dos seus filmes.

Os actores continuam a ser o grupo profissional mais numeroso na Academia de Artes e Ciências Cinematográfica e portanto os prémios da sua guilda são aguardados com especial expectativa. Apesar da coincidência entre os prémios dos Realizadores e os Óscares, há apenas 382 realizadores votantes na Academia, cerca de 6% do seu total. 

Sugerir correcção
Comentar