The New York Times vence três prémios Pulitzer

Prémio de serviço público atribuído a série de reportagens sobre a violência contra as mulheres publicada pelo jornal The Post and Courier.

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O fotógrafo freelancer Daniel Berehulac Adrees Latif/REUTERS

Com três distinções, The New York Times foi o jornal mais premiado na 99ª edição dos Prémios Pulitzer, anunciados ao final da tarde desta segunda-feira (15h locais) na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

O jornal foi distinguido nas categorias de Jornalismo de Investigação, pelo trabalho do jornalista Eric Lipton, sobre a influência dos lobbies no trabalho do Congresso e da Procuradoria que desequilibra a justiça em favor dos mais ricos e mais bem relacionados; de Cobertura Internacional, para o colectivo da redacção, e de Fotografia, para o freelancer Daniel Berehulak, ambos pela cobertura da epidemia de ébola na África Ocidental.

O prémio mais prestigiado, Jornalismo de Investigação, foi ainda atribuído, ex aequo, à redacção do diário financeiro The Wall Street Journal, pelo seu projecto pioneiro intitulado Medicare Unmasked (“Desmascarando o programa Medicare”), que reunia dados confidenciais sobre as práticas dos prestadores de cuidados médicos nos Estados Unidos.

O prémio para Temas Nacionais foi para Carol D. Leonning, do The Washington Post, pela cobertura “inteligente e persistente” da actividade dos serviços secretos, que revelou a existência de várias falhas, nomeadamente na protecção do Presidente Barack Obama.

Na categoria de Jornalismo Local, foi reconhecido o trabalho dos repórteres Rob Kuznia, Rebecca Kimitch e Frank Suraci, do jornal The Daily Breeze, sediado em Torrance, na Califórnia.

Também foram jornais regionais a vencer nas categorias de Breaking News (The Seattle Times, do estado de Washington) e de Serviço Público (The Post and Courier, do estado da Carolina do Sul, este pela série Até que a morte nos separe, sobre a violência doméstica contra as mulheres).

Pela primeira vez, a agência de informação económica Bloomberg foi contemplada nos Pulitzer, através do trabalho do seu repórter Zachary R. Mider de explicação dos métodos usados pelas grandes empresas norte-americanas para evitar o pagamento de impostos.

O The Los Angeles Times coleccionou dois prémios: Grande Reportagem, para Diana Marcum, e Crítica, para Mary McNamara.

Numa edição em que foram atribuídos prémios em todas as 21 categorias, nas áreas das artes foram distinguidos o livro de ficção All the Light We Cannot See, de Anthony Doerr; a peça de teatro Between Riverside and Crazy, de Stephen Adly Guirgis, e o livro de poesia Digest, de Gregory Pardlo.

Na categoria Biografia, venceu David I. Kertzer, com The Pope and Mussolini: The Secret History of Pius XI and the Rise of Fascism in Europe; na de História, Elizabeth A. Fenn, com Encounters at the Heart of the World: A History of the Mandan People; e na de Não-ficção, Elizabeth Kolbert, com The Sixth Extinction: An Unnatural History. Houve ainda uma distinção para a Música, pela oratória Anthracite Fields, de Julia Wolfe.

Todos os prémios têm o valor monetário de 10 mil dólares (cerca de 9.250 euros), excepto o que distingue o Serviço Público, que só pode ser atribuído a uma organização, e vale uma medalha de ouro.


 com Rita Siza

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