Kurt Cobain vai ter o seu primeiro documentário autorizado (e produzido pela filha) em 2015

Frances Bean Cobain é produtora executiva de Kurt Cobain: Montage of Heck, que inclui originais inéditos, dezenas de actuações dos Nirvana, escritos e arte do vocalista e guitarrista.

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Cobain em concerto em Davenport a 22 de Novembro de 1993 Joe Giron/Corbis

Kurt Cobain: Montage of Heck, que se estreará em 2015 na TV americana e depois passará aos cinemas, é o primeiro documentário sobre o ícone dos anos 1990 a ter um cunho “autorizado” - a sua filha, Frances Bean Cobain, é produtora executiva. Em 2015, o título há muito na forja do realizador Brett Morgen quer mostrar o Cobain para além dos Nirvana. Mas também dezenas de canções e actuações do grupo de Nevermind e In Utero.

Não é televisão, é HBO, diz o <i>slogan</i> do canal de cabo norte-americano que agora se tornou a casa do primeiro documentário aprovado pela família do músico que se suicidou, aos 27 anos, em 1994 na sua casa em Seattle. Depois da estreia no canal por subscrição, que anunciou terça-feira a transmissão de Kurt Cobain: Montage of Heck, o filme terá distribuição comercial internacional.

Com a artista Frances Bean Cobain como uma das produtoras, o filme está a ser trabalhado há oito anos por Brett Morgen, que realizou também o documentário sobre os Rolling Stones Crossfire Hurricane (2012). “Estou muito entusiasmada para que vejam Montage of Heck”, escreveu terça-feira a filha do vocalista e guitarrista no Twitter, acrescentando que Morgen “criou um exame intenso mas maravilhoso da vida e arte de Kurt”.   

Não é ainda certo se o plano inicial de Morgen, contado à imprensa há dois anos quando promovia Crossfire Hurricane, se mantém: fazer um misto de filme de animação e acção real que equiparava a The Wall, dos Pink Floyd, mas para a geração grunge e para os novos fãs dos Nirvana e do seu marcante líder, como recorda a revista Billboard. O que o realizador disse esta semana, em comunicado enviado pela HBO, foi que havia muito mais informação, música e arte inéditas de Cobain para mostrar.

“Comecei a trabalhar neste projecto há oito anos”, escreve Brett Morgen sobre Kurt Cobain: Montage of Heck. “Como a maioria das pessoas, quando comeceu achei que existiriam quantidades limitadas de material fresco para desenterrar. Contudo, quando entrei no arquivo de Kurt, descobri mais de 200 horas de música e áudio inéditos, uma quantidade vasta de projectos artísticos (pinturas a óleo, escultura), inúmeras horas de vídeos caseiros e mais de quatro mil páginas de escritor que, no seu conjunto, ajudam a pintar um retrato íntimo de um artista que raramente se revelou aos média.”

No ano passado, o realizador dissera à revista Fact que a ideia era “fazer o filme como uma espécie de autobiografia na terceira pessoa, como se Kurt estivesse entre nós e a fazer um filme sobre a sua vida”.

Para já é apenas certo que 2015 será o ano em que os sucessores de Kurt & Courtney(1998) e Kurt Cobain: About a Son (2006), o par de títulos documentais mais conhecidos de entre os vários projectos que nos últimos 20 anos ocuparam, sem a colaboração da família – em particular da sua viúva, a música e actriz Courtney Love (cujo envolvimento ou não no novo filme não é mencionado). Segundo o site de noticiário musical Pitchfork, a HBO confirmou que o filme contará com dezenas de músicas e actuações dos Nirvana e alguns inéditos de Cobain a solo, bem como fotografias e materiais retirados dos seus livros de composição.

Kurt Cobain atingiu a fama planetária no início da década de 1990 como líder e rosto dos Nirvana, cujas vendas (que ascendem hoje aos 75 milhões de álbuns em todo o mundo) e impacto no mainstream afectaram a produção e vida do jovem músico nascido em Aberdeen, no estado de Washington, e que se suicidou em Abril de 1994 aos 27 anos de idade. Com apenas três álbuns de estúdio - Bleach (1989), Nevermind (1991) e In Utero (1993), mas também com compilações de demos ou actuações de rádio como Incesticide (1992) ou álbuns ao vivo como From the Muddy Banks of the Wishkah (1996), os Nirvana foram uma das bandas mais influentes do século XX e foram este ano admitidos no Rock and Roll Hall of Fame -  os artistas introduzidos no panteão musical norte-americano só são elegíveis 25 anos depois do lançamento do seu primeiro álbum.

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