O romance de Samantha Shannon, "a nova J. K. Rowling", vai ser publicado pela Leya

The Bone Season foi editado na semana passada no Reino Unido e nos Estados Unidos pela Bloomsbury, editora que em 1997 lançou Harry Potter. O romance vai sair em Portugal até ao final do ano.

Samantha Shannon fala sobre o livro que está a criar furor

Ela chama-se Samantha Shannon, nasceu em Londres, tem 21 anos e o primeiro Harry Potter foi publicado quando ela tinha seis anos. Por isso cresceu a ler a saga. Há quem diga que é a nova J. K. Rowling.

Na semana passada, no dia 20 de Agosto, a editora Bloomsbury publicou simultaneamente no Reino Unido e nos Estados Unidos o primeiro romance desta britânica que estudou Língua e Literatura Inglesa no St Anne's College, em Oxford, e parece ser a “next big thing”. O romance chama-se The Bone Season e já tem os direitos vendidos para 21 países.

Em Portugal, The Bone Season, vai ser publicado até ao final do ano pela Leya, na chancela Casa das Letras, foi esta terça-feira anunciado pelo grupo editorial português. E os direitos de adaptação ao cinema já foram comprados pela The Imaginarium, empresa do actor britânico Andy Serkis (do Senhor dos Anéis).

Este é o primeiro de sete volumes de uma saga que conta a história de Paige Mahoney, uma jovem de 19 anos com poderes especiais (consegue entrar na mente das outras pessoas) que vive num futuro distópico. Vive em Inglaterra, no ano de 2059, onde há seres videntes que lutam contra um governo mundial totalitário e contra os seus dirigentes sobrenaturais. Para se proteger a si mesma, a heroína junta-se a um gangue de clarividentes do submundo dessa Londres futurista. 

A revista Forbes - que em Julho passado fez um artigo sobre a jovem autora em que perguntava: “É Samantha Shannon de 21 anos a nova J. K. Rowling?” – contava que em Abril passado Alexandra Pringle, editora executiva da Bloomsbury, recebeu um telefonema do agente literário David Godwin (que agencia, entre outros, o poeta Simon Armitage ou a romancista Arundhati Roy) a propor-lhe um manuscrito.

“Se calhar vais odiá-lo, e se acontecer isso não tem mal, mas vou enviar-to na mesma porque acho que é especial”, disse-lhe Godwin, contou ela à Forbes. Isto foi o início do que entretanto se passou: em semanas a jovem autora britânica Samantha Shannon assinou um contrato com a Bloomsbury e recebeu um avanço para escrever os três primeiros livros da série de sete. A quantia não foi divulgada mas vários jornais avançam com uma soma de seis dígitos, e dizem ser coisa inédita entre autores com menos de 30 anos.

Ao jornal The Observer, Alexandra Pringle explicou que o que a fascinou neste livro foi “ter a qualidade de um Dickens do século XIX e ao mesmo tempo ser futurista.” E a editora acrescentou: “É sobre glória e beleza – ela [Samantha] tem uma imaginação de contos de fadas que se liga com A Bela e o Monstro mas também com Angela Carter. O trabalho dela lembra-me as três irmãs Brontës à volta de uma mesa a criarem um mundo imaginário.”

Também ao The Observer, Samantha Shannon contou que este romance não foi o primeiro que escreveu e que esse seu primeiro livro, Aurora, foi rejeitado por várias editoras e também pelo agente literário David Godwin que mais tarde recomendou The Bone Season à Bloomsbury.

Foi, aliás, depois de ter estagiado na agência de David Godwin e de ter percebido o que é que não resultava nos manuscritos e nas cartas que os aspirantes a escritores (tal como ela) enviavam à agência que Samantha Shannon decidiu ter outra estratégia em relação ao mercado editorial.

Abandonou a reescrita de Aurora e foi já em 2011, quando estava a estudar em Oxford, que teve a ideia de escrever um romance que misturasse distopia com sobrenatural. Mas foi quando Samantha Shannon mostrou o primeiro capítulo à romancista britânica Ali Smith que era professora convidada na sua universidade (escritora várias vezes nomeada ao prémio Man Booker e que recebeu o Whitbread Novel Award com o romance Hotel Mundo) e esta lhe disse que aquilo era “assombroso” que a aspirante a autora ganhou ânimo. Ali Smith disse-lhe ainda que devia procurar um agente e mostrar-lhe o manuscrito e recomendou-lhe o seu, que, por coincidência, era David Godwin! E foi assim que tudo aconteceu.

A autora tem uma conta no Twitter ( @say_shannon ) e um blogue (www.samanthashannon.co.uk).
 
 

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