Juanita Moore (1914-2014): Morreu a mãe coragem de Imitação da Vida

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Juanita Moore, em 2010 Alberto E. Rodriguez/Getty Images/AFP

Em 1960, Juanita Moore, falecida aos 99 anos de idade no dia de Ano Novo, foi a quinta actriz negra a ser nomeada para um Óscar, e a terceira a ser nomeada para o prémio de Melhor Actriz Secundária.

Saiu da cerimónia de mãos vazias, mas a nomeação bastou para reservar lugar na história a esta antiga bailarina do célebre Cotton Club: o seu papel era central à trama de Imitação da Vida (1959), o último melodrama assinado em Hollywood pelo estilista alemão Douglas Sirk.

Moore interpretava Annie Johnson, mãe de uma filha (Susan Kohner) cuja cor de pele lhe permite passar por branca e que renega as suas origens para subir na vida. Embora as estrelas nominais do filme fossem Lana Turner, John Gavin e Sandra Dee, foram Moore e Kohner a ser nomeadas para o Óscar, sublinhando a abordagem “progressiva” de Hollywood às questões raciais que começavam então a incendiar os EUA. A dimensão melodramática da história fez igualmente de Imitação da Vida um dos filmes que mais lucro deu ao estúdio Universal.

Nascida em Los Angeles, Juanita Moore começou como bailarina e actriz de teatro e estreou-se no cinema em Herança Cruel de Elia Kazan (1949). A sua nomeação para o Óscar não se reflectiria grandemente na sua carreira, que se concentraria daí para a frente em séries televisivas ou filmes de segunda categoria; o seu último papel no cinema foi em Nunca É Tarde de Jon Turteltaub (2000), ao lado de Bruce Willis e Emily Mortimer.
 
 
 

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