Pentágono testou “enxame” de 103 pequenos drones

Trata-se de um novo tipo de armamento baseado em inteligência artificial. Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos têm um baixo custo de produção e podem ser comandados colectivamente sob as ordens de um ser humano.

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Estes "robôs militares" foram criados por alunos do MIT e posteriormente aperfeiçoados Paulo Pimenta

O Pentágono testou recentemente com êxito "um enxame” de 103 pequenos aparelhos voadores teleguiados (drones), avançando para a criação de um novo tipo de armamento que terá um grande futuro, segundo os estrategas militares. Os progressos da inteligência artificial, anunciados na segunda-feira pelo departamento de Defesa dos Estados Unidos, tornam agora possível a formação de grupos de pequenos robôs que ajam colectivamente sob as ordens de um ser humano.

Os estrategas militares prevêem um grande futuro para estes “enxames” de drones, com baixo custo de fabrico e cujo poder reside na capacidade para dominar, pelo seu número, as defesas do adversário.

Em Outubro, o Pentágono testou um “enxame” de 103 pequenos drones com cerca de 16 centímetros de comprimento, lançados de três aviões de combate F/A-18 Super Hornets, indicou, em comunicado.

No teste, os pequenos drones Perdix demonstraram várias capacidades promissoras, segundo a mesma fonte, tendo procedido a uma “tomada de decisão colectiva”, adaptando em conjunto os seus comportamentos individuais em função das circunstâncias da missão.

Os drones Perdix formam “um organismo colectivo, partilhando um cérebro comum”, explicou William Roper, que dirige o departamento de capacidades estratégicas (SCO) do Pentágono, citado no comunicado.

“Porque cada Perdix comunica e colabora com cada um dos seus homólogos, o enxame não tem líder e pode adaptar-se suavemente se um novo drone se juntar ao grupo ou se, pelo contrário, um drone o abandonar”, por exemplo se for abatido, prosseguiu o especialista.

O SCO é um departamento do Pentágono criado pelo actual secretário da Defesa, Ashton Carter, quando era o “número dois” da instituição. O departamento, com poucos elementos mas rico em matéria cinzenta, tem por missão acelerar a integração das inovações tecnológicas nos armamentos do Pentágono.

Procura, entre outras coisas, misturar tecnologias já existentes no mercado – neste caso, os pequenos drones e o software de inteligência artificial – para conceber novas armas.

O drone Perdix foi originalmente criado por alunos de Engenharia do MIT (Massachusetts Institute of Technology) a partir de 2013 e foi continuamente aperfeiçoado desde então, “inspirando-se nomeadamente na indústria dos smartphones”, de acordo com o Pentágono.

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