Familiares dos reféns invadem Parlamento, Netanyahu desmente proposta “real” do Hamas

“Um acordo tem de ser concluído agora”, defendeu o major-general Noam Tibon. “Caso contrário, todos [os reféns] voltarão em caixões, ou não voltarão de todo.”

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Os familiares dos reféns no interior da comissão das Finanças, no Parlamento STEVEN SCHEER/Reuters
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Familiares dos reféns israelitas e manifestantes que têm estado a bloquear a entrada do Knesset, em Jerusalém, conseguiram invadir uma sessão do Parlamento para exigirem aos deputados que façam mais pela libertação dos que permanecem na Faixa de Gaza. “Não vão sentar-se aqui enquanto as nossas crianças morrem lá”, lia-se num cartaz levado por uma das pessoas que entrou na comissão parlamentar das Finanças.

A entrada no Parlamento seguiu-se a dias de grandes protestos, incluindo um acampamento à porta da residência de Benjamin Netanyahu, e aconteceu um dia depois de o primeiro-ministro ter rejeitado as condições do Hamas para libertar os reféns, considerando que equivaleriam a “uma rendição total” de Israel. “Até agora, trouxemos para casa 110 reféns e estamos empenhados em trazê-los todos”, disse. Num comunicado divulgado depois de um encontro com representantes das famílias, já na segunda-feira, garantiu que “não há uma proposta real do Hamas”, mas disse que “há uma iniciativa nossa”, que não iria “detalhar”.

Das 257 pessoas raptadas pelo Hamas durante o ataque de 7 de Outubro, 136 permanecem no enclave – 108 reféns estão vivos e 28 morreram, a maioria nas últimas semanas (incluindo três mortos por engano por forças israelitas). Durante a trégua de Novembro foram libertados 111 reféns – quatro tinham sido libertados antes pelo Hamas e um foi resgatado numa operação militar – e os soldados israelitas recuperaram oito corpos.

Sem um acordo imediato para a libertação dos reféns, “todos voltarão em caixões, ou não voltarão”, defendeu o major-general Noam Tibon numa entrevista à rádio pública israelita. E se isso acontecer, “vamos enviar a várias gerações a mensagem de que os cidadãos de Israel não vivem num Estado seguro”, afirmou Tibon. “E a mensagem às mães que enviam os seus filhos para o Exército, que se as suas crianças forem capturadas o mais provável é que não regressem, e isso não será esquecido. Por isso, um acordo tem de ser concluído agora”, sustentou o militar na reserva que a 7 de Outubro conduziu até ao kibbutz Nahal Oz e ajudou a salvar várias pessoas, incluindo um dos seus filhos e a sua família.

Segundo o diário The Wall Street Journal, os Estados Unidos, o Egipto e o Qatar estão a pressionar o Hamas e Israel para aceitarem um plano que permita a libertação dos reféns e o fim da guerra na Faixa de Gaza, e que termine com um acordo que leve à normalização de relações com Israel de todos os países vizinhos e ao estabelecimento de um Estado palestiniano – a ideia de dois Estados tem sido rejeitada por Netanyahu.

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