Japão considera ameaça da Coreia do Norte “mais grave do que nunca”

Coreia do Norte exibe novos drones militares e mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear numa parada na presença do ministro da Defesa russo e de representante chinês.

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Kim Jong-un assiste à parada, ladeado por Serguei Shoigu e por Li Hongzhong EPA

A ameaça que a Coreia do Norte representa para o Japão é "mais grave do que nunca", lê-se no último "livro branco" sobre a defesa, que se refere à alegada capacidade de Pyongyang para lançar mísseis nucleares. Embora se centre principalmente no crescente poder militar da China e na invasão da Ucrânia pela Rússia, Pyongyang surge como uma grande preocupação para o Japão no documento divulgado esta sexta-feira.

Horas antes, Kim Jong-un supervisionou um desfile militar na Coreia do Norte, exibindo novos drones e mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear. A parada, que assinalava o aniversário do armistício que pôs fim aos combates na Guerra da Coreia, decorreu na presença do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e do alto responsável chinês, Li Hongzhong, membro do politburo do Partido Comunista Chinês, fazendo do desfile em Pyongyang uma demonstração de unidade entre os três aliados.

De acordo com a agência central de notícias norte-coreana KCNA, “aeronaves estratégicas de reconhecimento não tripuladas recentemente desenvolvidas e produzidas, e drones de ataque multiuso... voaram durante os desfiles, enquanto circulavam no céu acima da praça" Kim Il-sung. "O entusiasmo e a alegria do público atingiram o seu pico" perante o recente míssil balístico intercontinental da Coreia do Norte, o Hwasong-18, movido a combustível sólido e testado em Abril e Julho deste ano.

"As actividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", lê-se no relatório.

"As actividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", lê-se no relatório divulgado pelo Ministério da Defesa japonês. “As actividades militares da Coreia do Norte representam uma ameaça ainda maior e mais iminente do que nunca para a segurança do Japão", pode ler-se. "Parte-se do princípio de que a Coreia do Norte tem capacidade para atacar o Japão com armas nucleares montadas em mísseis balísticos", acrescenta.

O "Livro Branco" foi aprovado pelo Governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa altura em que Pyongyang tem aumentado os testes de mísseis.

Na quinta-feira, os meios de comunicação social estatais norte-coreanos publicaram fotografias do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a mostrar ao ministro da Defesa russo as armas mais avançadas do país.

O "Livro Branco" salienta ainda que as actividades militares da China representam "um desafio estratégico sem precedentes" para o Japão, que também está preocupado com os exercícios militares russo-chineses.

No documento reitera-se igualmente o empenho de Tóquio em aumentar as despesas e capacidades militares. Durante décadas, o Japão limitou as despesas militares a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Governo de Kishida aprovou um novo plano de segurança, no final de 2022, que inclui o aumento do orçamento da Defesa para 2% do PIB até 2027.

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