PS defende decisão de António Costa e ataca PSD

Acusando o PSD de “vacuidade” e de “falta de sentido construtivo”, o secretário-geral adjunto do PS deixou claro que o partido apoia a decisão do primeiro-ministro em manter João Galamba no Governo.

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Deputado e secretário-geral adjunto do Partido Socialista, João Torres Daniel Rocha
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O deputado e secretário-geral adjunto do Partido Socialista, João Torres, reagiu à decisão tomada por António Costa na noite da passada terça-feira, que recusou o pedido de demissão do ministro das Infra-estruturas, João Galamba. O socialista enalteceu a atitude e a capacidade de liderança do primeiro-ministro e criticou o maior partido da oposição e o respectivo líder, Luís Montenegro.

"O PSD veio hoje [quarta-feira], num registo desorientado, acusar o Governo e o primeiro-ministro de teatralidade. Mais do mesmo. O PS não se vitimiza. O PS é mesmo um referencial de estabilidade política no nosso país", afirmou João Torres.

Face às declarações do presidente social-democrata, o deputado do PS deixou claro que se percebe "a desorientação da oposição e, em particular, do líder do PSD, o doutor Luís Montenegro". Mas não se ficou por aqui: "Percebe-se ainda mais a sua falta de preparação e incapacidade para se apresentar como uma alternativa. A vacuidade do PSD ou a sua falta de sentido construtivo não é surpresa nem é novidade. É uma constatação", disse.

Falando na sede nacional do partido, em Lisboa, o deputado socialista assegurou que "todos os dias" o PS trabalha para "ir ao encontro daquilo que verdadeiramente interessa aos portugueses; daquilo que verdadeiramente preocupa os portugueses. O que a direita teme é, na verdade, uma boa governação do país".

O secretário-geral adjunto disse ainda que "é normal que, numa democracia e num regime democrático, nem sempre exista uma concordância total e plena entre todos os agentes políticos e entre todos os órgãos de soberania". No entanto, aquilo a que o país assistiu "foi justamente ao normal funcionamento das instituições democráticas", explicou.

Confiante de que o partido reafirma, assim, "uma mensagem de confiança perante cada uma e cada um dos portugueses", João Torres afirmou com convicção: "António Costa é um líder."

"O senhor primeiro-ministro teve a oportunidade, com dignidade e responsabilidade institucional, de apresentar desculpas aos portugueses pelo lamentável episódio que sucedeu no Ministério das Infra-estruturas", tendo depois comunicado ao país "a sua decisão de manter no Governo o ministro [João Galamba]". Esta acção teve como base uma lógica de respeito recíproco. E é assim que "se constrói uma democracia com uma base sólida", disse.

Relativamente ao impacto que a decisão de António Costa poderá ter na relação que mantém com o Presidente da República, João Torres assegurou que "é normal que não exista sempre" uma concordância entre os dois líderes. "A relação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República é uma relação que não tem se fundar numa plena convergência e concordância em todas as decisões e momentos", concluiu.

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