Líder da IL critica “degradação” das instituições e promete fazer parte da “alternativa”

Depois de ser recebido pelo Presidente da República, Rui Rocha criticou o primeiro-ministro por estar em “campanha” eleitoral.

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Rui Rocha foi recebido por Marcelo uma semana depois de os líderes do PSD e do Chega também terem estado em Belém LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, acusou o primeiro-ministro de estar em “campanha” eleitoral e assumiu o compromisso de fortalecer a “alternativa política” ao Governo, considerando que há uma "decadência evidente" das instituições.

Rui Rocha falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, que foi pedida no início de Março por causa das eleições na Região Autónoma da Madeira, no Outono deste ano.

“Temos um primeiro-ministro que já está em campanha (…), um primeiro-ministro focado a falar para dentro do seu partido, sem soluções para o país, e focado no lançamento sistemático de pacotes para dar ideia de que está a fazer alguma coisa quando, na verdade, o essencial no país permanece na mesma”, afirmou, em declarações captadas pela SIC Notícias e depois de questionado sobre se falou com Marcelo Rebelo de Sousa acerca de uma eventual dissolução do Parlamento.

Rui Rocha disse ter manifestado ao Presidente “o compromisso na criação e fortalecimento de uma alternativa política em Portugal”, depois de considerar que o país está perante “um esgotamento da situação actual” e uma "decadência evidente das instituições". Uma semana depois de o líder do PSD se ter demarcado de uma solução governativa com o Chega, o líder da IL sublinhou a ideia de que o partido “vai ser parte da alternativa a construir”.

“Não estamos aqui para operações de cosmética, para mudar o poder político por mudar para que tudo continue na mesma. Queremos uma sociedade aberta, com iniciativa, com consolidação do espírito democrático, com oportunidades para todos, com confiança”, disse.

Sem nunca se referir ao Chega, Rui Rocha definiu o posicionamento da IL, demarcando-se de um tom mais radical. “Recusamos, por isso, todas as soluções que passem pelo ressabiamento, pelo conflito entre portugueses, pela estridência a sobrepor-se à confiança. Mas também recusamos esta opção socialista que conduz sistematicamente à estagnação do país. Estamos cá com responsabilidade, com iniciativa, para tirar o melhor do país”, afirmou.

O líder da IL foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa uma semana depois das audiências aos líderes do PSD e do Chega, todas pedidas por motivos diferentes. No caso de Rui Rocha, a razão prendeu-se com o voto antecipado em mobilidade na Madeira, mas o momento vivido é de alguma tensão entre Belém e São Bento.

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