No dia pós-tempestade, limpa-se o rasto das cheias e fazem-se contas aos prejuízos

Moradores e municípios prosseguem trabalhos de limpeza. Os prejuízos vão sendo calculados e chegam à casa dos milhões de euros. Há famílias ainda com casas ainda inabitáveis.

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O concelho de Loures foi um dos concelhos da região de Lisboa mais afectados pela intensa chuva da madrugada de terça-feira Guillermo Vidal

A chuva só dará tréguas no fim-de-semana, mas o dia seguinte à tempestade foi mais calmo, de limpezas e de fazer contas aos prejuízos. Em Campo Maior, uma das zonas do país mais afectadas pela forte precipitação da madrugada de terça-feira, várias casas ficaram alagadas na zona baixa da vila, chegando, em alguns casos, até ao tecto.

Esta quarta-feira foi, por isso, dia de limpezas para moradores e câmara municipal para remover lama e pedras trazidas pela enxurrada para as ruas e algumas casas. Nesta vila raiana do distrito de Portalegre, o presidente da câmara, Luís Rosinha, estima que os prejuízos possam chegar aos dois milhões de euros.

Em Oeiras, prosseguiram os trabalhos de limpeza e extracção de água na estação de comboios de Algés, que ficou completamente alagada. A sua reabertura está agora a cargo da Infra-estruturas de Portugal e da CP. Foi também restabelecida a energia no Mercado de Algés. No concelho, cerca de 30 famílias ficaram desalojadas, sendo que dez foram realojadas pela própria autarquia. As restantes encontraram outras soluções.

Em Alcântara, uma das freguesias mais afectadas pelo mau tempo em Lisboa, continuaram também os trabalhos de limpeza, com os bombeiros ainda a retirarem água de duas caves alagadas. Na madrugada de terça-feira, 22 pessoas tiveram de ser resgatadas desta zona da cidade. Algumas não conseguiram regressar a casa, ficando ao cuidado da Santa Casa da Misericórdia, explicou o presidente da junta de freguesia, Davide Amado, à agência Lusa.

Em Loures, um dos concelhos da região de Lisboa mais fustigados por inundações e cheias, os impactos chegaram às vias públicas, a estabelecimentos comerciais e a casas, sobretudo em zonas como a Baixa de Loures, a Flamenga e a Ponte de Frielas. O município estima os prejuízos em "mais de 20 milhões de euros", somando o impacto das cheias da semana passada e desta terça-feira.

Para os moradores de Coruche o dia não foi fácil. Com a chuva intensa que se registou na madrugada de terça-feira, o caudal do rio Sorraia, afluente do Tejo, subiu, causando inundações que desalojaram pelo menos três famílias, num total de 14 pessoas, em Vale Mansos, segundo noticiou a Lusa. Na vila, houve também registo de inundações, que chegaram a campos agrícolas, estradas e caminhos no Vale do Sorraia.

Em Setúbal, houve também registo de uma "precipitação intensa" na manhã desta quarta-feira, o que resultou numa "inundação urbana". Não houve registo de vítimas, apenas alguns danos materiais, segundo notou o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), André Fernandes.

O nível de alerta em todos os distritos de Portugal Continental baixou de laranja para amarelo devido ao desagravamento das condições meteorológicas, devendo assim manter-se até às 21h desta quarta-feira. Após esta hora não estão previstos mais avisos.

Ainda assim, ao início da tarde, o comandante nacional alertava que, apesar de as condições meteorológicas estarem mais favoráveis, poderiam ainda ocorrer "situações pontuais de inundação".

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