Oligarca próximo de Putin admite interferência russa nas eleições americanas

“Nós interferimos. Interferimos e continuaremos a fazê-lo. Cuidadosamente, de forma precisa, cirúrgica, à nossa maneira única”, confessou o líder do grupo Wagner.

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Yevgeny Prigozhin, oligarca próximo de Putin Mikhail Svetlov

Um empresário russo próximo de Vladimir Putin, Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo Wagner e uma das figuras mais poderosas no Kremlin, admitiu esta segunda-feira que a Rússia tem interferido nos processos eleitorais norte-americanos, na véspera de eleições intercalares nos EUA.

“Nós interferimos. Interferimos e continuaremos a fazê-lo. Cuidadosamente, de forma precisa, cirúrgica, à nossa maneira única”, confessou Prigozhin, conhecido como “o cozinheiro de Putin”, numa mensagem divulgada na rede social da sua empresa.

As declarações foram uma resposta a uma pergunta sobre acusações de interferência russa nas eleições intercalares que se realizam na terça-feira nos Estados Unidos e que estão a ser acompanhadas de perto por Moscovo.

Aliás, as agências de informações dos Estados Unidos, como o FBI e a NSA, denunciaram recentemente acções concertadas entre grupos de piratas informáticos da Rússia e do Irão, para interferirem nas eleições intercalares.

Prigozhin, que está sujeito a sanções norte-americanas e europeias, há vários anos que é acusado de interferência nas eleições dos EUA, em particular as eleições presidenciais de 2016, que deram a vitória ao ex-Presidente republicano Donald Trump.

O empresário, que tem poder igual ao de ministros no Kremlin, é acusado de ter criado um enorme número de perfis falsos que operam nas redes sociais na tentativa de influenciar os eleitores, por exemplo, denegrindo candidatos ou difundindo informações falsas.

Prigozhin tem vindo a afirmar-se progressivamente como figura pública na Rússia, multiplicando as aparições em apoio à ofensiva de Moscovo na Ucrânia. No final de Setembro, admitiu ter fundado o grupo paramilitar Wagner, em 2014, que agora está a lutar na Ucrânia, admitindo a sua presença em África, Médio Oriente e América Latina.

Conhecido por ser muito próximo de Vladimir Putin, Prigozhin foi durante algum tempo um dos fornecedores das cozinhas do Kremlin, o que lhe valeu o apelido de “cozinheiro de Putin.

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