João da Silva angariou quase mil euros para apoiar crianças e jovens com cancro

Sobrevivente de cancro, o cronista do PÚBLICO angariou fundos para a casa de Lisboa da Associação Acreditar durante a sua caminhada de 380 quilómetros.

Foto
O jornalista associou a sua caminhada à causa da Acreditar DR

O jornalista e autor João da Silva, que ligou o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, ao de Coimbra e ao do Porto, numa caminhada a que chamou “300 quilómetros de esperança”, considera que o desafio foi um sucesso. Em 13 dias, a pé e chamando a atenção para o cancro, angariou 970 euros para o alargamento da casa de Lisboa da Associação Acreditar, que apoia crianças e jovens com cancro.

A caminhada do cronista do PÚBLICO decorreu entre 28 de Setembro e 10 de Outubro, num percurso que considera ter deixado “uma mensagem de esperança” e que foi partilhando com os leitores. “Eu pretendia passar uma mensagem de esperança de que é possível ter uma vida feliz mesmo quando se lida com uma doença tão grave como o cancro ou quando se lida com outra adversidade na vida”, conta.

Foto

E, continua o jornalista, que é sobrevivente de três cancros no testículo e de uma falha renal, recebeu uma resposta “muito grande”, quer através de reacções às suas crónicas, quer através de contactos nas redes sociais. Houve pessoas que chegaram a caminhar consigo, testemunha. Por isso, faz um balanço positivo.

Sem dores

Sobre a caminhada, o jornalista de 47 anos relembra que, apesar do seu historial médico, não teve “uma única dor muscular nem uma única bolha”, algo que atribui não só ao facto de treinar todos os dias, mas também à adrenalina que ia sentindo graças ao entusiasmo que tinha por caminhar.

No entanto, os “300 quilómetros de esperança” transformaram-se em 380, reconhecendo que as suas “contas saíram um bocado furadas”. O jornalista justifica, contando que “uma caminhada de Lisboa ao Porto é feita de muitos altos e baixos”.

“Nem todos os passos são em frente. Muitos passos são ao lado, muitos para trás. É um bocadinho como a vida.”, reflecte o autor, acrescentando que considera que também “é assim que se lida com uma doença: como uma adversidade”.

Esperança para Acreditar

O valor angariado pela caminhada de João da Silva, que pedia que fossem feitos donativos com a hashtag #umpassodecadavez, chegou aos 970 euros, que ajudarão à realização das obras de ampliação da casa de Lisboa da Associação Acreditar, que apoia crianças com cancro e as recebe nas três casas que tem nas cidades por onde o jornalista passou: Lisboa, Coimbra e Porto.

Para Ansfried Zwaagstra, responsável da casa de Lisboa, o valor angariado é “fantástico” e uma “óptima verba” que vai ajudar à renovação de um edifício contíguo à actual casa da Acreditar, junto ao IPO de Lisboa, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.

Esta expansão da casa permitirá que o número de quartos aumente de 12 para 32, possibilitando receber mais crianças e jovens até aos 25 anos, juntamente com as suas famílias. Segundo a responsável, as obras terão o custo de três milhões de euros.

“Cada euro que nós recebemos, é um euro importantíssimo”, declara Ansfried Zwaagstra ao PÚBLICO. Os donativos podem continuar a ser feitos.

João da Silva partilha desta visão, contando que considera o montante “óptimo” e “maravilhoso”. Segundo a gestora, na associação estão “todos gratos por este gesto” do jornalista, destacando, para além do valor angariado, a sensibilização para o que faz a Acreditar. “Foi um anúncio andante, ele espalhou a palavra”, conclui Ansfried Zwaagstra.


Texto editado por Bárbara Wong

Sugerir correcção
Comentar