De um vestido a spray a Cher e Victoria Beckham, eis os destaques da Semana da Moda de Paris

Balmain, Balenciaga, Chanel, Coperni e Loewe destacaram-se entre as apresentações do certame de moda organizado pela Federação Francesa de Alta-Costura e Moda.

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Cher e Olivier Rousteing percorrem a passerelle no desfile da Balmain Reuters/JOHANNA GERON
Olivier Rousteing
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O desfile da Chanel EPA/Mohammed Badra
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Os fatos em tweed da Chanel Reuters/JOHANNA GERON
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Konstantina Spyropoulou
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Leve
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Virginie Viard, directora criativa da Chanel Reuters/JOHANNA GERON
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O director criativo da Loewe Jonathan W. Anderson EPA/TERESA SUAREZ
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Depois de Milão, a moda mudou rumou à capital francesa onde, entre 26 de Setembro e 4 de Outubro, as mais conceituadas maisons apresentaram as propostas da próxima Primavera/Verão. Na Semana da Moda de Paris, houve espaço para tudo: desde a estreia de Victoria Beckham na passerelle parisiense, ao vestido de Bella Hadid e ao desfile de Kanye West pela lama.

O vestido em spray de Bella Hadid

As imagens do desfile da Coperni, na sexta-feira, causaram sensação na Internet e só a publicação partilhada por Bella Hadid ultrapassa os três milhões de gostos no Instagram. Num primeiro momento, a supermodelo surge a desfilar seminua, em direcção a um palco onde artistas pintam-lhe o corpo de forma meticulosa. A “obra de arte” que lentamente cristalizou no formato de um vestido foi cortada e aparada ao vivo, antes de Hadid percorrer a passerelle com a criação.

O vestido de tinta resultou de uma colaboração entre a marca dos criadores Sébastien Meyer e Arnaud Vaillant e a Fabrican, a empresa do inventor da tecnologia de tecido a spray, Manel Torres. Na restante colecção destacaram as formas exageradas nas ancas e uma vistosa mala em ouro maciço, avaliada em mais de 100 mil euros.

Aos 76 anos, Cher desfila pela Balmain

O festival Balmain voltou a encher o Estádio Jean-Bouin. À frente da Balmain há mais de uma década, o francês Olivier Rousteing não aposta na discrição na hora de apresentar novas colecções. A colecção da próxima estação quente reforçou as peças de assinatura da casa francesa introduzindo novos materiais, como a ráfia, em cores terra e padrões renascentistas.

A grande surpresa estava, contudo, guardada para o final. Ao som do êxito Strong enough de 1998, incentivada pelos gritos e aplausos da multidão, Cher, aos 76 anos, foi a estrela do espectáculo, vestindo um bodysuit e com Rousteing a seu lado, acenando ao público.

No Instagram, o director-criativo da Balmain agradeceu à cantora por o ter “inspirado” e por “ser ela própria”. E disse: “Obrigado pela generosidade e por me fazeres sentir no céu, rodeado pelo teu amor, a tua confiança e gentileza.”

A estreia Beckham

Os últimos dois anos não foram fáceis para Victoria Beckham com a marca própria a registar perdas na ordem dos 60 milhões de euros durante a pandemia, avançava o tablóide britânico The Mirror, mas a ex-Spice Girl parece já ter recuperado e a estreia na Semana da Moda de Paris foi prova disso. Em mais de dez anos de carreira, foi a primeira vez que a Posh Spice apresentou na cidade-luz e não escondeu a emoção. “É muito importante para mim fazer um desfile em Paris. Tem sido um sonho e a colecção tem de reflectir isso”, contou à Vogue britânica.

Sem perder o lado mais feminino que caracteriza a marca, Beckham apostou na construção e desconstrução em coordenados monocromáticos, mas sem se tornarem aborrecidos. Não faltaram, ainda, as transparências em vestidos sensuais. “Sempre foi um sonho”, admitiu.

Na Balenciaga, Kanye West desfilou na lama

Se o desfile da colecção de Outono/Inverno da Balenciaga, em Março, foi coberto de um manto branco de neve falsa sobre o qual os modelos desfilaram, este domingo, o piso onde a nova colecção foi apresentada foi igualmente agreste: totalmente coberto de lama, pontilhado com poças de água acastanhada.

Numa declaração publicada no Instagram, o georgiano Demna Gvasalia, director criativo da Balenciaga, refere que o espectáculo foi “uma metáfora para escavar, na procura da verdade, e para ser terra-a-terra”, pretendendo rejeitar as “‘pseudotendências’ ditadas por um post ou nas histórias do Instagram de uma celebridade do momento”.

Na passerelle enlameada, o rapper Kanye West (ou Ye, como prefere ser chamado) abriu o desfile, vestido com roupa militar. A Balenciaga voltou a surpreender com uma proposta onde dominaram as roupas de aspecto envelhecido. A contrastar, em tons mais delicados, Gvasalia incluiu vários vestidos coloridos e cintilantes.

Loewe explora as fronteiras da realidade

Na Loewe, distorcer os limites entre o real e o artificial foi o mote da nova colecção, assinado pelo britânico Jonathan Anderson, a conduzir os destinos da casa espanhola há sete anos.

Num desfile simbolizado pela flor de antúrio, que, apesar de parecer feita de plástico, é inteiramente real, a flor surgiu não só no cenário como repetida em vários elementos da proposta, que apostou em cortes angulares e geométricos. “Gosto desta ideia de algo na natureza que parece falso, mas é real, e esta ideia de iconografia: que quando se vê algo nos faz lembrar algo como um motivo repetido”, contou o criador à Vogue britânica, após o desfile.

A exploração do artificial culminou num conjunto que parecia saído de um videojogo, com uma camisola com capuz e umas calças pixelizadas, numa ilusão de óptica que leva a parecer que o coordenado é em duas dimensões.

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Loewe Reuters

Chanel a preto e branco

O grande destaque do último dia do certame, esta terça-feira, ficou a cargo da histórica Chanel. Num momento que podia ter saído de um dos primeiros filmes franceses, a embaixadora da marca e actriz Kristen Stewart deu vida à abertura cenográfica do desfile.

Na passerelle, a paleta de cores respeitou a estética do cinema, pouco oscilando além do preto e do branco. A cor surgiu nos clássicos fatos em tweed da marca, que a directora criativa Virginie Viard tem reinventado e modernizado. Como pano de fundo, eram projectados excertos do filme O Último Ano em Marienbad, de 1961.


Editado por Bárbara Wong

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