Bella Hadid revela já ter perdido trabalhos por ser pró-Palestina

“Tenho muitas empresas que deixaram de trabalhar comigo”, revela a modelo de 25 anos, num podcast sobre a sub-representação dos muçulmanos.

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O pai da modelo norte-americana nasceu na Palestina IAN LANGSDON/Epa

Bella Hadid pertence à nova geração de modelos que não tem medo de dar a voz às causas em que acredita. A jovem de 25 anos é uma das figuras públicas norte-americanas mais comprometidas com a causa palestiniana e apesar garantir não ter medo de defender a causa, confessa que tal posição já lhe custou oportunidades de carreira e até relações.

No podcast Rep ─ o projecto do jornalista Noor Tagouri sobre a sub-representação dos muçulmanos nos media norte-americanos ─ Bella Hadid abriu-se sobre a sua relação com a religião e a cultura da família. O pai de Hadid nasceu na Palestina e a jovem tem sido voz activa pelos direitos daquele povo, mesmo sabendo que a posição não é bem aceite por todos. “Tenho amigos que deixaram de me falar”, conta.

“Tenho muitas empresas que deixaram de trabalhar comigo”, revela a modelo. Bella Hadid diz sentir-se “ansiosa” quando é preciso dizer ou fazer “a coisa certa”, mas sente que essa é também parte da sua missão. Quando fala sobre o tema publicamente, assegura, fá-lo com conhecimento, segundo a sua experiência pessoal: “Sei o suficiente sobre a minha família, sei o suficiente da minha história. E isso devia ser suficiente.”

À medida que escalam as tensões entre as forças israelitas e palestinianas, Hadid acredita ter um papel cada vez mais importante, como escreveu numa publicação de Instagram, em Junho: “Todos os dias desejo poder voltar atrás no tempo, quando era uma criança, para poder lutar pela Palestina mais cedo. Pela minha família, pelos mais velhos, pela nossa história e pelas pessoas da Palestina ainda a sobreviver, agora, nesta ocupação traiçoeira, dolorosa e esgotante.”

Depois de em 2021, ter participado numa marcha pró-palestiniana em Nova Iorque e publicado sobre o tema no Instagram, Hadid foi arrasada na conta de Twitter oficial de Israel, que a apelidou de “advogada para atirar os judeus para o mar”. Mais tarde, a modelo, a irmã Gigi Hadid e a cantora Dua Lipa foram vítimas de uma página de anúncios, publicada no New York Times, que acusava de anti-semitismo quem é a favor da Palestina.

“Quando falo da Palestina, sou rotulada de algo que não sou. Mas quando falo sobre outras situações semelhantes que ocorrem noutras partes do mundo, isso já é louvável. Qual é a diferença?”, pergunta a modelo.

Há 15 anos que a Faixa de Gaza está sujeita a um bloqueio, desde que o Hamas chegou ao poder, o que significa que os seus habitantes têm muitas restrições para estudar ou trabalhar fora do território, dependendo de autorizações raras dadas por Israel.

Em 2012, as Nações Unidas declararam que a Faixa de Gaza estava a tornar-se “inabitável”, lembra num artigo no site da Al Jazeera Yara Hawari, da organização palestiniana Al-Shabaka. “A previsão confirmou-se de muitas maneiras. No entanto, mais de dois milhões de palestinianos continuam a viver lá”, sublinhou. “A maioria, não por escolha própria – sondagens recentes dizem que cerca de 40% deixariam Gaza se pudessem.”

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