Sonda da NASA está prestes a espatifar-se contra um asteróide

No final de Setembro, a sonda DART vai colidir com o asteróide Dimorphos.

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Representação artística da sonda DART perto do sistema binário Didymos NASA

Pode já pôr na agenda: nos primeiros momentos do dia 27 de Setembro (na hora de Lisboa), a sonda DART (Double Asteroid Redirect Test) deverá colidir, de propósito, com o asteróide Dimorphos. A grande missão é espatifar-se contra ele para provar que será possível, se tal for necessário, desviar algum asteróide da sua rota. É um teste em nome da defesa do planeta Terra.

Lançada em Novembro de 2021, a missão DART é a primeira tentativa para se tentar mudar a velocidade e a rota de um asteróide no espaço. Afinal, engenheiros espaciais querem aprender como poderão defender a Terra de asteróides caso um venha a meter-se no seu caminho. Para isso, uma sonda vai colidir com ele. Num artigo deste fim-de-semana no jornal The Guardian já a denominam “missão kamikaze”.

O alvo deste primeiro teste é o sistema binário do asteróide Didymos. Com cerca de 780 metros de diâmetro, o Didymos é considerado o corpo primário. O seu companheiro, o Dimorphos – o alvo da DART – tem 160 metros de diâmetro. No momento do impacto, esses dois corpos estarão a 11 milhões de quilómetros do nosso planeta.

No final de Agosto, a NASA, conseguiu confirmar a órbita do asteróide escolhido para esta missão. “Ao usarmos alguns dos mais poderosos telescópios do mundo, a equipa de investigação da DART completou no último mês uma campanha de observação de seis noites para confirmar a órbita do Dimorphos – o asteróide-alvo da DART – à volta do seu familiar maior, o Didymos [outro asteróide], o que confirmou onde se espera que o asteróide esteja localizado no momento do impacto”, indica um comunicado da NASA.

E porquê tentar mudar a rota de um asteróide? Considera-se que esta é uma questão de defesa planetária. “Sabemos que asteróides embateram na Terra no passado”, nota ao The Guardian Alan Fitzsimmons, astrónomo da Universidade Queens, em Belfast. “Estes impactos são um processo natural e eles vão acontecer no futuro. Gostaríamos de ser capazes de parar o maior de todos eles.”

Esta forma de defesa planetária não termina com a DART. Em 2026, a missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), vai mostrar aquilo que vale quando inspeccionar o que aconteceu ao asteróide depois do impacto da DART.

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