Decide-se hoje a Supertaça europeia, um troféu para “peixe graúdo”

Neste século, esta tem sido uma prova quase sempre arrebatada pelo vencedor da Liga dos Campeões do ano anterior. Para contrariar essa lógica, o Eintracht Frankfurt terá de fazer ao Real Madrid o que já fez ao Barcelona na temporada passada.

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O estádio olímpico de Helsínquia, palco da final Reuters/KAI PFAFFENBACH

Desde 2000, quando começou a realizar-se nos moldes e designação actuais, as 22 edições da Supertaça europeia tiveram 14 triunfos do “peixe graúdo”. Trocado por miúdos, quer isto dizer que em apenas oito ocasiões foi o campeão da Liga Europa/Taça UEFA conseguiu bater o vencedor da Liga dos Campeões. Serve este dado para enquadrar o que deverá passar-se nesta quarta-feira (20h, TVI), na Finlândia, entre o Real Madrid, campeão da Champions, e o Eintracht Frankfurt, campeão da Liga Europa.

No Olímpico de Helsínquia – que já foi lar da famosa Bubi, águia que fez do estádio a sua casa durante alguns anos –, os alemães sabem que o plano não será muito diferente do que já superaram na Liga Europa no ano passado, quando, para chegarem à final, tiveram de deitar abaixo o Barcelona. O princípio a aplicar agora será o mesmo, mas o labor é de nível bem diferente.

O Barcelona de 2021 é bem distinto, para pior, do que era o Real – e, com poucas mudanças, não há motivo para crer que o Real campeão da Europa 2021/22 é muito diferente do Real que começa 2022/23.

“Na época passada, o Eintracht conseguiu alcançar algo importante porque não estava entre os favoritos. Protagonizaram grandes jogos, como o triunfo sobre o Barcelona em Camp Nou, praticando um estilo de futebol baseado no contra-ataque”, alertou Carlo Ancelotti, na antevisão da partida.

A equipa espanhola tem ainda um handicap, já que vai disputar o primeiro jogo oficial nesta final, enquanto o Eintracht já disputou jogos internos na Bundesliga e na Taça da Alemanha – embora estejam longe de ser jogos para dar confiança, nomeadamente quando foram “despachados” pelo Bayern de Munique por 6-1.

Oliver Glasner, treinador dos alemães, vê o cenário noutro prisma: “Temos a oportunidade de fazer melhor contra um adversário tão forte como o Bayern. Por vezes é bom levar uma “chapada na cara” para ninguém pensar que as coisas vão continuar como na época passada”.

Seja qual for a tese mental mais próxima da verdade, o certo é que a formação espanhola é, de longe, uma equipa mais capaz a todos os níveis, mais ainda com a saída de Filip Kostic, principal criativo dos alemães, que vai juntar-se à Juventus.

À falta de indicações claras sobre as equipas, um vazio natural em início de época, foquemo-nos em trivialidades sobre esta final. Ganhando, o Real chega ao “poleiro” dos mais ganhadores, igualando os cinco troféus de AC Milan e Barcelona. E isso colocará, por extensão, Carlo Ancelotti como treinador mais feliz nesta prova – vai chegar aos quatro troféus, deixando para trás os três de Pep Guardiola.

Nota ainda para dois dados relevantes sobre a arbitragem. Esta final já vai ter em uso a tecnologia semi-automática de detecção de foras-de-jogo, ferramenta que estará à disposição do português Tiago Martins, que vai estar nas funções de vídeo-árbitro assistente na equipa liderada pelo britânico Michael Oliver.

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