A 14.ª Champions do Real Madrid nas mãos de Courtois e na cabeça de Ancelotti

Num jogo dominado de início ao fim pelo Liverpool, o Real Madrid precisou de apenas três remates para conquistar a Liga dos Campeões. Vinícius Júnior fez o golo que derrotou o Liverpool no Stade de France.

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Reuters/MOLLY DARLINGTON

Foram três remates para o Real Madrid e 23 para o Liverpool. Mas algum adepto madridista quer saber disso? Quatro anos depois do Real Madrid de Cristiano Ronaldo vencer pela última vez a Liga dos Campeões, derrotando em Kiev o Liverpool, as duas equipas reencontraram-se numa final que ironicamente deveria ter sido disputada em São Petersburgo, mas foi em Saint-Denis que os espanhóis mantiveram o registo perfeito dos últimos 40 anos: oito finais, oito vitórias. Num jogo onde Carlo Ancelotti voltou a mostrar que prefere ganhar do que agradar aos adeptos do espectáculo, Vinícius Júnior fez o golo que garantiu no Stade de France o triunfo, por 1-0, do Real Madrid.

O palco era um dos estádios mais testados no último quarto de século do futebol europeu – recebeu pela terceira vez a final da Liga dos Campeões - e, frente a frente, estavam duas das equipas com mais presenças no jogo decisivo da principal competição de clubes na Europa. Porém, a 67.ª edição da Champions começou com uma inesperada e surpreendente derrota da UEFA: por questões de segurança - dezenas de pessoas saltaram o gradeamento, forçando a entrada nas bancadas sem bilhetes -, o duelo entre ingleses e espanhóis começou com um atraso de 37 minutos.

Deslizes organizativos da UEFA à parte - os jogadores entraram duas vezes no relvado para aquecerem -, Jürgen Klopp apanhou um susto com Thiago Alcântara, mas o internacional espanhol foi mesmo titular e, ao lado de Fabinho e Henderson, travou a decisiva luta a meio-campo com um trio com toneladas de experiência: Casemiro, Kroos e Modric.

Com Diogo Jota de início no banco, o Liverpool, sabendo que o Real Madrid não tem qualquer problema em baixar o ritmo do jogo para atacar apenas com precisão, pegou no jogo desde o apito inicial. Porém, apenas em cima do primeiro quarto de hora os “reds” criaram os primeiros problemas para Courtois: Salah desviou, mas o belga fez uma grande defesa.

A oportunidade, serviu de gatilho para o melhor momento do Liverpool na primeira parte e, nos quatro minutos seguintes, o egípcio voltou a estar perto do golo e Sadio Mané acertou no poste da baliza madridista.

À semelhança do que aconteceu ao longo da época em muitos jogos da prova, o Real Madrid não tremeu. Com o seu jogo calculista e cínico, bem à imagem das equipas comandadas por técnicos italianos, os espanhóis continuaram a tentar manter o ritmo baixo e controlado, e, em cima do intervalo, chegou o primeiro aviso para o Liverpool: após uma atrapalhação entre Alisson e Konaté, Benzema colocou a bola no fundo da baliza, mas o 16.º golo do francês na Champions foi invalidado por fora de jogo.

Com tudo a zero após os primeiros 45 minutos - 10-1 em remates a favor dos ingleses -, as duas equipas regressaram com a mesma atitude e, logo a abrir, um grande corte de Carvajal impediu que Díaz voltasse a colocar Courtois em problemas.

Mais preocupado em conquistar troféus do que em agradar aos “puristas” do futebol-espectáculo, Carlo Ancelotti manteve-se impávido e sereno no banco e, mesmo tendo quase sempre dez jogadores atrás da linha da bola, o treinador italiano viu o Real Madrid repetir a receita de sucesso: aos 59’, a segunda tentativa de remate dos espanhóis em todo o jogo resultou numa assistência de Valverde para Vinícius Júnior que, ao segundo poste, empurrou para o fundo da baliza de Alisson.

Ao fim de uma hora, o veneno de Ancelotti produzia efeito e Klopp não tinha o antídoto. De imediato, o alemão lançou Jota no lugar de Diaz, mas avalanche ofensiva inglesa era sempre travada pela falta de eficácia dos “reds” ou pela qualidade de Courtois.

Sem jogar bem, algo já visto esta época na prova, os madridistas conseguiam o que queriam. A 14.ª do Real saiu das mãos de Courtois e da cabeça de Ancelotti.

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