Eintracht foi da segunda divisão à conquista da Liga Europa em dez anos

Alemães vencem final em Sevilha frente ao Glasgow Rangers no desempate por penáltis, sucedendo ao Villarreal como detentor do troféu. Gonçalo Paciência não saiu do banco, mas também celebrou.

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Borré marcou o penálti decisivo na final da Liga Europa Reuters/MARCELO DEL POZO

Quarenta e dois anos depois do seu primeiro título europeu e uma década após ter descido à segunda divisão alemã, o Eintracht Frankfurt conquistou nesta quarta-feira a Liga Europa, ao bater na final, em Sevilha, o Glasgow Rangers no desempate por penáltis (5-4, após 1-1 em 120 minutos). Foi o segundo título europeu da história da formação germânica (sucede ao Villarreal, vencedor em 2021, no palmarés da prova), depois do triunfo na então denominada Taça UEFA em 1980, uma conquista que tem o saboroso extra de dar entrada directa na fase de grupos da Liga dos Campeões da próxima temporada e como cabeça-de-série.

Segundo da Liga escocesa contra 11.º da Liga alemã não seria propriamente o cartaz mais apetecível para uma final europeia – talvez a UEFA preferisse um Barcelona-RB Leipzig, duas das equipas abatidas pelos finalistas. Mas Rangers e Eintracht estavam em Sevilha por mérito próprio numa final de especial significado para ambos. Ambos tinham passado de vitórias na Europa e, há dez anos, nenhum deles estava sequer na primeira divisão – em 2012, os alemães andavam pela Bundesliga 2, os protestantes de Glasgow tinham caído para a quarta divisão escocesa.

Na partida desta quarta-feira, os alemães pareceram mais inspirados, com mais vontade de atacar e rematar, como se percebeu pelos primeiros minutos. Djibril Sow teve um primeiro ensaio aos 12’, com o quarentão McGregor a mostrar segurança na baliza dos escoceses, mas Asgar Knauff foi mais espectacular na sua tentativa aos 20’, para uma defesa de igual espectacularidade do veterano guardião escocês.

Aos 26’ mesmo antes da pausa para hidratação, absolutamente necessária para combater o calor na capital da Andaluzia, Joe Aribo deu o sinal para os escoceses, com um remate que passou bem próximo da baliza de Kevin Trapp. A resposta veio numa jogada individual de Kostic, que conquistou a bola junto da sua área e levou-a até à baliza contrária. Como não teve companhia de ninguém da sua equipa, atirou ao lado.

O jogo estava na fase da parada e resposta. Lundstram, central do Rangers, quase fez o golo num cabeceamento após livre aos 36’. Nenhuma destas jogadas impediu que o jogo fosse para intervalo com um nulo no marcador, que se justificava, apesar de haver um ligeiro ascendente da formação alemã.

A tendência parecia manter-se na segunda parte, mas foi o Rangers quem chegou à vantagem aos 57’. Trapp não foi competente a meter distância entre a sua baliza e a bola e colocou a sua defesa em sobressalto. Sow também não resolveu bem a situação e, quando ia tentar chegar à bola, Tata, central brasileiro do Eintracht, tropeçou em si próprio e deixou Joe Aribo à vontade. Perante Trapp, o internacional nigeriano não falhou e colocou os escoceses em vantagem.

Com pouco mais de meia-hora para rectificar o erro, o Eintracht lançou-se com maior sofreguidão para o ataque – o técnico Oliver Glasner foi lançando muita gente para o ataque, deixando no banco o português Gonçalo Paciência – e teve o prémio aos 69’. Numa boa jogada de Kostic pela esquerda, a bola viajou até à área numa trajectória que apanhou Santos Borré com espaço entre os centrais. O colombiano só teve de esticar a perna para fazer o empate – mais um golo importante para o antigo avançado do River Plate, ele que já tinha marcado em Camp Nou numa vitória por 2-3 que eliminou o Barcelona.

O empate travou um pouco a dimensão ofensiva do jogo. Ninguém queria arriscar e, muito menos errar, e ambos os lados entraram em gestão de fôlego e de minutos. Nada aconteceu até ao final dos 90, e os 30 minutos de prolongamento não foram muito diferentes. As excepções aconteceram aos 118’, minuto em que Trapp fechou a sua baliza a um remate à queima-roupa de Kent, e aos 120’, quando Tavernier, o lateral goleador, tentou o golo num livre directo perigoso.

Mas a final de Sevilha, tal como a do ano passado, foi mesmo para o desempate nos penáltis. Três penáltis certeiros para cada lado e, ao quarto para o Rangers, Ramsey falhou o primeiro. Kostic marcou logo a seguir, colocando os alemães em vantagem. Roofe ainda fez o empate dos 11 metros, mas Borré, que tinha marcado o golo do empate, concretizou o penálti que deu o título ao Eintracht.

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