Todos os sons

Não quero que ele pense, nem por um segundo, que eu desejo que ele seja diferente daquilo que é. Amar o Pedro é amar a surdez.

Já aqui escrevi algumas vezes sobre a surdez do meu filho mais velho e tenho quase a certeza de que já assumi que se instalou uma névoa na minha cabeça depois do diagnóstico. O que acho que nunca disse foi que, quando a névoa se dissipou, tudo o que ficou foi surdez. E a minha vida tornou-se aquilo. Eu acordava, comia, trabalhava e respirava a pensar na surdez. E apesar de o Pedro só ter um ano na altura em que as certezas nos chegaram na forma de relatório, era completamente impossível ignorar o elefante na sala. Esse elefante chamava-se escola.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 9 comentários