Projecto da ponte do Metro do Porto no Douro adjudicado a Edgar Cardoso

Ponte permitirá a travessia do metro entre o Campo Alegre, no Porto, e o Candal, em Vila Nova de Gaia.

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A proposta escolhida, da Edgar Cardoso Laboratório de Estruturas DR

A sétima ponte entre Porto e Gaia vai ser assinada pelo consórcio formado pela Prof. Edgar Cardoso - Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, pela Arenas & Asociados, Ingenería de Diseño SLP e pela No Arquitectos, Lda., como em Outubro do ano passado já se adivinhava que assim pudesse acontecer. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela Metro do Porto, a quem o júri do procedimento concursal já pediu a adjudicação do projecto. De acordo com o comunicado enviado pela empresa, a assinatura do contrato estará por dias. A empreitada está orçada em 1,12 milhões de euros e a obra estará concluída em 2025.

A nova ponte vai unir o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Vila Nova de Gaia, e está enquadrada na construção da nova linha de Metro - a Linha Rubi - que ligará as estações da Casa da Música e de Santo Ovídeo. A obra será paga na totalidade - assim como a futura linha - com dinheiro proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Todo este processo foi marcado por alguma polémica, tendo sido movida uma acção judicial no ano passado que suspendeu o concurso, com alguns concorrentes eliminados a queixarem-se de “falta de transparência” do procedimento. Das 27 propostas recebidas, 12 foram rejeitadas logo à partida, o que terá motivado alguma indignação com as regras do procedimento. Menos de quatro meses depois, já se consegue agora apontar com mais segurança uma data para o início da construção: Está marcado para a primeira metade do próximo ano.

Segundo a Metro do Porto, a proposta vencedora consiste “no conceito de uma ponte com um pórtico com escoras inclinadas, suportada integralmente em betão e com um perfil longitudinal a uma altura ligeiramente superior à da Ponte da Arrábida, de modo a não constituir um obstáculo visual.” A estrutura estará exclusivamente reservada para a passagem do metro, de peões e de bicicletas.

O consórcio irá trabalhar em cooperação com as autarquias do Porto e de Vila Nova de Gaia, com a Faculdade de Arquitectura do Porto e com a reitoria. No conjunto dos desafios previstos estará “alcançar a melhor solução de integração paisagística da nova ponte em ambas as margens do Rio Douro”, por força de o enquadramento do edificado do lado do Porto obrigar “a um trabalho de detalhe técnico muito exigente, de modo a alcançar uma convivência harmoniosa de arquitecturas e funções nos espaços públicos do Pólo Universitário do Campo Alegre e em toda a envolvente”.

O júri foi composto por Inês Lobo e Alexandre Alves Costa (ambos em representação da Ordem dos Arquitectos), Rui Calçada e Júlio Appleton (indicados pela Ordem dos Engenheiros), Amândio Dias (da Direcção Regional de Cultura do Norte), Eduardo Souto de Moura (em nome da câmara do Porto), Serafim Silva Martins (pela câmara de Vila Nova de Gaia), e Lúcia Leão Lourenço, que presidiu, Joana Barros, Victor Silva e Miguel Osório de Castro (os quatro representando a Metro do Porto).

“A nova ponte sobre o Douro é e será tudo isto, tornando a região ainda mais coesa, ambientalmente sustentável e competitiva. Trata-se de bem mais do que uma ponte. A ponte é parte de um conjunto mais vasto, uma nova linha entre a Boavista e Santo Ovídio, com ligação ao comboio nas Devesas, de forma a servir toda a zona sul da Área Metropolitana do Porto, e com um potencial de procura fortíssimo”, diz no comunicado Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, que acrescenta: “Numa altura em que as questões energéticas estão ainda mais na ordem do dia, esta ponte e esta linha são o mais forte contributo para a descarbonização da mobilidade nesta região, uma vez que este é o eixo alternativo à circulação automóvel na Ponte da Arrábida e a parte da VCI, contribuindo estruturalmente para uma menor dependência nacional de combustíveis fosseis.”

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