Brad Pitt quer levar Angelina Jolie a tribunal por vender parte da propriedade francesa onde casaram

Actor acusa a ex-mulher de ter vendido a sua participação em Miraval, conhecida pelos vinhos rosé de excelência, com o intuito de o prejudicar. Jolie diz que informou Pitt, mas este acusa que tal nunca aconteceu.

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Brad Pitt e Angelina Jolie, em 2015, quando ainda estavam juntos Reuters/MARIO ANZUONI

O actor Brad Pitt deu entrada com uma acção contra a ex-mulher Angelina Jolie por esta ter vendido a quota que tinha na Château Miraval SA, uma empresa francesa constituída por uma casa e uma vinha, no Sul de França, onde os dois se casaram em 2014.

De acordo com os documentos entregues em tribunal, citados pela Bloomberg, em que é pedido um julgamento com júri, o casal tinha concordado não avançar com a alienação da posição de cada um na empresa sem o consentimento do outro. Angelina diz ter informado, “com o coração pesado”, o ex-marido da sua intenção de venda; Brad acusa-a de o ter feito sem o seu conhecimento.

Porém, Angelina Jolie já tinha referido, noutros processos judiciais, a dificuldade, após o divórcio, em chegar a acordo com o ex-marido sobre as propriedades conjuntas. E, no caso específico de Miraval, a actriz acusou o ex de ter realizado “despesas substanciais” sem a sua autorização, declarando “não querer deter bens patrimoniais com o ex-marido ou ser sua sócia de negócios". Por isso, no Verão do ano passado, Jolie pediu ao tribunal para a libertar de ordens de restrição relacionadas com o divórcio que a impediam de assinar um acordo de exclusividade com um potencial comprador não identificado.

Mas, de acordo com o documento apresentado agora por Pitt, Angelina Jolie “vendeu o seu interesse com o conhecimento e intenção de que [o oligarca russo Yuri] Shefler e as suas filiais procurariam controlar o negócio a que Pitt se tinha dedicado, minando o investimento de Pitt em Miraval”, em forma de “dinheiro e suor”.

Yuri Shefler, de 54 anos, é um empresário russo, proprietário do Grupo SPI, um consórcio internacional que comercializa bebidas alcoólicas, sobretudo espirituosas, em cerca de 160 países. Entre o catálogo da companhia, está o vodca Moskovskaya, as tequilas KAH e Rooster Rojo, o licor Riga Black Balsam, os whiskies The Irishman e Writers’ Tears, o gin Cross Keys Gin e o espumante Cosmopolitan Diva. No negócio do vinho, a carteira da SPI inclui alguns argentinos de renome, nomeadamente os Achaval-Ferrer, oriundos das vinhas centenárias de casta malbec, mas também os produzidos na propriedade histórica espanhola de Señorío de Arinzano, em Navarra.

A aquisição da quota de Angelina na Château Miraval permitirá ao grupo alargar a sua oferta vínica com os nobres néctares franceses, sobretudo numa altura em que os vinhos saídos daquela propriedade atingiram o sucesso internacional, algo que a equipa jurídica de Pitt diz dever-se somente ao seu trabalho. “A vinha tornou-se a paixão de Pitt — e uma paixão lucrativa, uma vez que Miraval, sob a administração de Pitt, cresceu e tornou-se uma história de sucesso internacional multimilionária e um dos mais conceituados produtores mundiais de vinho rosé.”

A Château Miraval fica na vila de Correns, na região de Provença-Alpes-Côte d'Azur, Sudeste de França, e foi adquirida pelo casal por cerca de 25 milhões de euros, tendo Pitt contribuído com 60% do valor e Angelina com o restante.

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