Angelina Jolie, a abelha rainha: a sua nova missão é salvar as abelhas do mundo

A estrela de cinema e activista falou à National Geographic sobre a formação de mulheres para cuidar de abelhas nas reservas de biosfera da UNESCO.

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Detalhe da foto de Dan Winters/National Geographic

No filme A História de Uma Abelha (2007) fala-se sobre o que aconteceria se estes insectos fizessem uma espécie de greve geral, descrevendo o estado apocalíptico consequente. Trata-se apenas de um cenário fabulado. No entanto, a realidade não está muito longe da ficção, e as abelhas — as principais responsáveis pela polinização, processo que garante a reprodução das plantas com flor, possibilitando a produção de frutos e sementes, sendo ainda um dos principais mecanismos de manutenção da biodiversidade existente no planeta terra — estão ameaçadas.

Foi para chamar a atenção deste facto que a actriz Angelina Jolie aceitou posar para um retrato da National Geographic, publicado esta quinta-feira, Dia Mundial da Abelha. No trabalho da revista, a também activista exprimiu a urgência de proteger as abelhas e contou um pouco mais sobre o programa UNESCO-Guerlain, que forma mulheres como apicultoras-empresárias e protectoras dos habitats das abelhas em todo o mundo.

A enviada especial do alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados contou como tem assistido à relação entre a destruição ambiental, a insegurança alimentar e o deslocamento humano em todo o mundo. Além disso, Jolie passou 17 anos a apoiar as comunidades locais no Camboja nos seus esforços para combater a desflorestação e o abate ilegal de árvores que ameaçam as abelhas, além de outros animais selvagens, e o ecossistema como um todo, através de uma fundação em nome do seu filho mais velho, Maddox.

Sobre o programa UNESCO-Guerlain Mulheres Pelas Abelhas, Angelina contou como este está a ter uma dupla importância: por um lado, promove o empoderamento feminino em comunidades em que as desigualdades de género são evidentes e, por outro, apela à conservação da biodiversidade. Até 2025, o programa pretende construir 2500 colmeias dentro de 25 Reservas da Biosfera da UNESCO — na Bulgária, Camboja, China, Eslovénia, Etiópia, França, Itália, Ruanda e Rússia — e repovoar 125 milhões de abelhas. As 50 mulheres a formar até 2025 serão apoiadas no estabelecimento das suas próprias operações de apicultura.

“Com tanta preocupação em todo o mundo e tantas pessoas a sentirem-se sobrecarregadas com más notícias e com a realidade do que está a ruir e do que está a acontecer, esta é uma [questão] que podemos gerir”, diz Jolie sobre a razão pela qual sentiu que era importante chamar a atenção para a conservação das abelhas. “Podemos certamente todos intervir e fazer a nossa parte, e podemos fazer muito melhor e qualquer pessoa pode”.

Rainha da colmeia

Uma das coisas que impressiona no trabalho da revista é a exclusiva sessão fotográfica de Jolie, num vestido sustentável Gabriela Hearst, coberta por um enxame de abelhas.

Captados pelo fotógrafo Dan Winters — não em vão, ele próprio um apicultor amador —, os retratos mostram Angelina Jolie com várias abelhas poisadas na sua pele, uma inspiração num famoso retrato de Richard Avedon, de 1981, de um apicultor da Califórnia, de tronco nu e coberto de abelhas. Para o conseguir, Dan Winters recorreu à mesma técnica de Avedon, usando a feromona que o fotógrafo formulou para o retrato de há 40 anos.

No entanto, não foi fácil: “A minha principal preocupação era a segurança”, explicou Dan Winters à National Geographic. “Todas as pessoas no cenário, excepto Angelina, tinham de estar vestidas com um fato protector. O cenário tinha de ser calmo e suficientemente escuro para manter as abelhas calmas... Angelina permaneceu perfeitamente imóvel durante 18 minutos.”

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