Patrícia Portela deixa direcção artística do Teatro Viriato

A escritora e artista abandona o cargo que ocupava desde Março de 2020.

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Patrícia Portela dirigia o Teatro Viriato desde 2020 Adriano Miranda

Patrícia Portela (Lisboa, 1974) deixou a direcção artística do Teatro Viriato, cargo que ocupava desde o início de Março de 2020, poucos dias antes de a pandemia ter começado a fechar as salas de espectáculos de todo o país. A notícia foi avançada pelo Jornal do Centro e confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte oficial da instituição.

Escritora, dramaturga e artista multifacetada, tinha sido apontada para o cargo pelo Centro de Artes do Espectáculo de Viseu (CAEV), a associação cultural que gere aquele equipamento, para substituir Paula Garcia que, apesar de ter deixado a direcção artística em 2020, permaneceu à frente do CAEV.

Paula Garcia, que entretanto assumiu também a coordenação da equipa de missão da candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura 2027, não esteve disponível para prestar declarações ao PÚBLICO. Já esta terça-feira, o CAEV anunciou formalmente que Patrícia Portela deixou a direcção artística no dia 31 de Janeiro. A associação cultural anunciou ainda que “procederá a uma consulta para a selecção de nova direcção artística, cujo procedimento será desenvolvido em breve”.

No mesmo comunicado, o CAEV agradece a Patrícia Portela, que deixa a programação artística do Viriato definida até ao final de 2022, “o trabalho desenvolvido nestes dois anos, num contexto tão difícil”, fazendo “votos de sucesso na sua vida pessoal e profissional/artística”.

A programação dos dois últimos anos do Teatro Viriato foi afectada pela volatilidade da pandemia, que obrigou a encerrar e a reabrir a casa intermitentemente e a ajustar constantemente a grelha de espectáculos às restrições em vigor a cada momento. Mais recentemente, a sala de Viseu anunciou que o festival de dança contemporânea que organiza, e cuja última edição terminou no sábado, deixaria de se chamar New Age, New Time para assumir um nome em português, Novas Acções, Novos Tempos, mantendo NANT como sigla.

Quando a escolha de Patrícia Portela para a direcção artística foi tornada pública, o Teatro Viriato descreveu-a como uma “profunda conhecedora” da casa e “uma das artistas [com] presença assídua na sua programação”, explicando que essa cumplicidade iria “garantir a continuidade” do projecto.

A artista é autora de espectáculos como Wasteband, que lhe valeu o Prémio Teatro na Década, e a trilogia Flatland, com a qual conquistou o Prémio Revelação dos Críticos de Teatro e o Prémio Madalena Azeredo Perdigão/Fundação Calouste Gulbenkian. Hífen, publicado em Maio do ano passado pela Caminho, é o seu mais recente livro.

Notícia actualizada com comunicado do CAEV chegado às redacções.

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