Fogos: Jerónimo acusa Governo de sacudir “responsabilidades” na falta de política florestal

Líder do PCP afirma que as tragédias não serviram de lição e que o executivo tem “tendência para sacudir responsabilidades”.

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EPA/Brais Lorenzo

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, sublinhou nesta quarta-feira que o Governo tem “tendência para sacudir responsabilidades” no que diz respeito à falta de política florestal, considerando que as tragédias recentes não serviram “de lição”.

“Naturalmente, fogos houve sempre, mas isso não justifica, nem esconde, que, no plano da política florestal”, as tragédias recentes, nomeadamente o incêndio de 2017 em Pedrógão Grande, não tenham servido “nem de lição, nem de ensinamento”, disse o membro do Comité Central do PCP, no final de uma visita às instalações dos Bombeiros Voluntários da Moita, no distrito de Setúbal.

Jerónimo de Sousa acrescentou que o “tratamento da floresta, a sua protecção, é um elemento vital para impedir os próprios fogos, mesmo havendo sempre este risco de haver aqui ou acolá” um incêndio.

“Com essa falta de protecção da nossa floresta, dos cuidados que é preciso ter, particularmente, com responsabilização do Estado, a tendência para sacudir responsabilidades laterais... Não são aceitáveis, há que assumir essa responsabilidade”, sustentou o secretário-geral do PCP, adicionando que não é “só por causa dos incêndios, mas também por causa dos incêndios”.

O dirigente comunista também destacou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deveria estar vocacionado para colmatar carências que o país tem a vários níveis no combate aos incêndios florestais. Uma dessas carências é o financiamento das corporações de bombeiros voluntários, como é o caso na Moita, uma vez que, na opinião de Jerónimo de Sousa, é evidente “a insuficiência de apoios àqueles que estão destacados para o combate aos incêndios”.

“As dificuldades financeiras podem determinar uma maior ou menor eficácia e desenvolvimento desta nobre actividade que é realizada pelos nossos bombeiros e, em particular, pelas associações, que trabalham em condições muito difíceis”, sustentou.

O secretário-geral comunista recordou as propostas apresentadas pelo grupo parlamentar no âmbito do reforço dos apoios às corporações de bombeiros voluntários durante a pandemia, que “veio exigir mais aos bombeiros”, mas que o “Governo e a direita derrubaram”.

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