Moçambique: Petrolífera Total anuncia retirada por “força maior”

A petrolífera confirma a saída de todo o pessoal de Afungi, junto à vila de Palma, alvo do último grande ataque dos jihadistas em Cabo Delgado.

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Em fuga, muitos habitantes de Palma refugiaram-se em Afungi antes de viajarem para Pemba ESTEVAO CHAVISSO/Lusa

A petrolífera Total anunciou esta segunda-feira motivos de “força maior” para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento da violência armada de rebeldes, com o ataque a Palma, junto ao projecto de gás.

Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.

“Considerando a evolução da situação de segurança no Norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projecto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projecto Moçambique LNG, a declarar força maior”, lê-se em comunicado.

“A Total expressa a sua solidariedade para com o Governo e povo de Moçambique e deseja que as acções desenvolvidas” pelo país e parceiros “permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada”, conclui, sem mais esclarecimentos.

É a primeira vez que a petrolífera recorre ao conceito de ‘force majeure’ usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com factores externos.

Uma semana depois do ataque de 24 de Março contra a sede de distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo indeterminado o recinto do projecto de gás na península de Afungi, seis quilómetros a sul da vila. 

O projecto tinha até agora início de produção de gás natural liquefeito previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

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